O vereador William Maksoud cometeu no mínimo um grave despropósito juntamente com a sua assessoria parlamentar.
Afinal de contas não é possível que a equipe não tenha alertado o patrão de que uma das pessoas escolhidas para receber o Prêmio Líder Comunitário “Sebastião Florêncio de Melo”, entregue pela Câmara de Vereadores de Campo Grande, é um homem que já foi preso pela Polícia Federal por integrar uma quadrilha de tráfico de cocaína.
Trata-se de Moraci Pereira Brandão, de 36 anos, que é pai da adolescente Jéssica Brandão, que morreu em abril de 2015, aos 17 anos, por overdose de cocaína, na casa da família. O cidadão fazia parte da quadrilha comandada por Jorge Luiz da Silva, o “Bolão”, que estava detido no Instituto Penal de Campo Grande até o ano passado, assim como Moraci.
Bolão foi preso pela Polícia Federal durante uma operação contra o tráfico de drogas no mês de abril de 2016, em Aquidauana (MS). Depois da prisão de seus comparsas no interior do Estado, incluindo Moraci Brandão, foi dada ordem para prendê-lo em Campo Grande, pois ele foi apontado como o “cabeça” do grupo.
A Polícia Federal montou um esquema de investigação que culminou em operação contra o tráfico de drogas, no dia 14 de abril de 2016, na cidade de Aquidauana, onde foram presas quatro pessoas, recolhidos dois veículos utilitários e apreendidos 312 kg de cocaína.
Alheio ao passado nada limpo do homenageado, o vereador William Maksoud entregou, no última quarta-feira (03/05), o Prêmio Líder Comunitário “Sebastião Florêncio de Melo” a Moraci Brandão. A solenidade foi instituída na Casa de Leis pelas Resoluções n° 1.085/08, 1.097/09 e 1.145/12 e, na ocasião, foram homenageadas outras diversas “personalidades” em reconhecimento aos relevantes serviços prestados à sociedade Campo-grandense.
O currículo do homenageado não foi divulgado pela assessoria do vereador.
Além do passado comprometedor, Moraci Brandão ainda deve mais de 4 mil para a prefeitura de Campo Grande e está inscrito na dívida ativa.