O deputado estadual Lídio Nogueira Lopes (PEN), utilizou a tribuna da Assembleia Legislativa para se queixar de uma decisão do juiz Alexandre Tsuyoshi Ito da 1ª Vara de Direito Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos de Campo Grande, que determinou o bloqueio e indisponibilidade de patrimônio do parlamentar, no valor de de R$ 88.296,17 (oitenta e oito mil, duzentos e noventa e seis reais e dezessete centavos).
O bloqueio desses valores ocorreu em razão de uma Ação Civil de Improbidade Administrativa, onde são réus o deputado Lídio Lopes e uma amiga dele, chamada Sheila Lins de Albuquerque Ribeiro, que é acusada de ser funcionária fantasma no gabinete do parlamentar.
Durante a apuração da denúncia, a funcionária foi ouvida e relatou que residia em Três Lagoas, e que Lídio Lopes teria lhe contratado para atender suas demandas políticas naquela cidade. Ocorre que o parlamentar sequer mantém escritório em Três Lagoas.
Na tentativa de se livrar das acusações, Lídio Lopes apresentou diversas folhas de controle de frequência com assinatura da funcionária, que ele próprio abonou. No entanto isso acabou se tornando um revês, pois em alguns períodos em que o deputado estadual afirmava que a funcionária cumpria expediente, foram encontrados registros de viagens internacionais que Sheila Lins realizou a passeio.
O juiz Alexandre Ito concluiu então que havia motivos mais do que suficientes para determinar o bloqueio e indisponibilidade de bens dos acusados no valor de R$ 88.296,17 com o objetivo de assegurar a reparação dos danos causados ao erário público, em razão do pagamento de salário a uma funcionária comissionada que sequer cumpria expediente.
Esse não foi o único escândalo envolvendo a família Lopes. Também na semana passada uma sobrinha do deputado Lídio Lopes (PEN), chamada Nathalia Lopes Telles, foi sumariamente demitida da Câmara Municipal de Campo Grande depois que o Blog do Nélio revelou que ela era funcionária fantasma da Presidência da Câmara.
Nathalia Lopes é namorada de Pedro de Sá Earp Machado, e os dois são acadêmicos do curso de direito da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), e frequentam o curso no período matutino. Ocorre que o namorado dela também é funcionário fantasma da Assembleia Legislativa, lotado no gabinete do deputado estadual Paulo Correa (PR), que tempos atrás foi flagrado em uma escuta com o deputado estadual Felipe Orro (PSDB), supostamente tramando a utilização de folha de frequência fraudada, que aliás foi a mesma estratégia utilizado por Lídio Lopes (PEN) para tentar justificar as denúncias contra sua funcionária e amiga.
No final de 2016, o deputado estadual Júnior Mochi, Presidente da Assembleia Legislativa, recomendou que o Prefeito de Campo Grande Marquito Trad (PSD) restituísse cerca de R$40 mil reais que ele havia recebido irregularmente no ano de 1999.
Embora Junior Mochi (PMDB) ainda não tenha se manifestado oficialmente sobre essas denúncias, se for seguir o mesmo posicionamento, provavelmente deva recomendar a devolução dos valores pagos indevidamente aos denunciados.