Depois de mais uma ação cinematográfica em território paraguaio que se estendeu para o Brasil na fronteira com o Paraná e a 100 km de Mato Grosso do Sul a polícias continuam a caça do bando que explodiu a sede da transportadora de valores Prossegur, em Ciudade de Leste durante a madrugada de ontem.
De acordo com o Ministério Público do Paraguai e com as primeiras prisões, o bando é brasileiro. Pelo menos quatro dos cinco carros apreendidos após o crime têm placas do Brasil.
Dentro do Brasil, as suspeitas recaem sobre o Primeiro Comando da Capital (PCC), facção criminosa paulista. Reforçam a suspeita de que o ataque foi executado pelo PCC quatro assaltos idênticos realizados pelo grupo contra transportadoras de valores, em território paulista, em 2016, e um executado no Recife, neste ano.
No total, os bandidos levaram R$ 198 milhões nesses roubos. Carros levados e incendiados para tumultuar, dezenas de ladrões armados de fuzis, ataques a unidades policiais e corte de comunicações — energia e telefone — são algumas das semelhanças. Os criminosos alugaram casas nas cidades onde realizaram os ataques, e carros blindados foram usados na fuga. Seriam cerca de 40 assaltantes.
Um dos aspectos levantados é que a facção estaria tentando levantar dinheiro para agir fortemente na dominação do tráfico de drogas dentro do Paraguai que continua sem um grande líder. Depois da morte de Jorge Raffat, em junho do ano passado, e com outros narcotraficantes de grande porte presos, a região se tornou uma terra livre para atuação de grupos criminosos, e foi justamente isso que enxergou o PCC.
Agora as ações estão concentradas em Itaipulândia, no noroeste do Paraná, onde dtrês bandidos foram mortos e outros oito presos, além de armas, munições carros, dinheiro,máquinas de cortar ferros, dois barcos.
Março de 2016
Protege em Campinas
Ladrões chegaram de madrugada, em carros e caminhões, e começaram a atirar contra as câmeras e paredes da empresa com fuzis. Sem chance de reagir, o vigilante saiu correndo, caiu e se arrastou pelo corredor. Logo, um caminhão descarregou uma estrutura de metal, com explosivos presos a ela, que foi instalada na parede do prédio. Após a detonação, o caminhão foi colocado estrategicamente na frente do buraco para ser carregado com dinheiro. Toda a comunicação entre os assaltantes era feita por telefone. Sem demonstrar pressa, prepararam mais uma explosão. Feito isso, fugiram de caminhão com cerca de R$ 60 milhões.
Abril de 2016
Prosegur em Campinas
O assalto à empresa de transporte de valores foi executado por cerca de 20 homens armados com fuzis e metralhadoras, segundo relato de testemunhas. O grupo chegou atirando na empresa e trocou tiros com policiais militares por cerca de 20 minutos. A quadrilha também utilizou seis veículos para bloquear as ruas em volta da empresa e dois caminhões para impedir o acesso por vias próximas. Uma parte da quadrilha ficou do lado de fora e explodiu o transformador de energia. Os demais entraram e usaram dinamites para chegar à sala de contagem de dinheiro. Foram quatro explosões, segundo testemunhas.
Julho de 2016
Prosegur em Ribeirão Preto
A sede da transportadora, no norte paulista, foi assaltada e ladrões atiraram por pelo menos 40 minutos. Na ocasião, a empresa informou apenas que nenhum funcionário ficou ferido no assalto e que estava colaborando com as investigações. O assalto ocorreu de madrugada e, segundo moradores da região, pelo menos 20 homens chegaram à empresa em 10 veículos. Um caminhão foi estacionado no local para dificultar a aproximação da polícia. Os bandidos fugiram pela Rodovia Anhanguera e atiram em dois PMs que faziam patrulhamento. Um deles foi atingido na cabeça e morreu. A quadrilha também atirou contra dois transformadores de energia, deixando mais de 2 mil imóveis sem eletricidade.
Cerca de cinco meses após o ataque em Campinas, a Protege voltou a ser alvo de criminosos, desta vez na sede da empresa em Santo André, no ABC Paulista. A quadrilha, formada por cerca de 25 homens fortemente armados, abriu fogo contra seguranças e efetuou explosões, danificando a estrutura do prédio. No entanto, diante da dificuldade em se chegar ao cofre da empresa, o grupo deixou o local sem levar nada. Na fuga, os criminosos incendiaram ao menos 11 veículos.
Fevereiro de 2017
Brinks em Recife
Um assalto a uma transportadora de valores terminou em tiroteio na zona oeste do Recife. Com armamento pesado e explosivos, criminosos atacaram a sede da empresa de transporte de valores Brinks. O valor roubado, informou a Polícia Civil, foi de R$ 60 milhões. Segundo a Polícia Militar, o grupo era formado por ao menos 20 homens. Vários carros, casas e um posto de combustíveis ficaram parcialmente destruídos. Na fuga, bandidos passaram por uma blitz do Batalhão de Policiamento de Trânsito e entraram em confronto com os agentes. Entre as armas usadas pelos bandidos, havia fuzis AK 47. (com infos Zero Hora)