Perícia no celular apreendido pela polícia revelou, por meio de registros de conversas de WhatsApp, a existência de provas de coação no processo e fraude processual além de ameaças contra as autoridades envolvidas nas investigações no caso do delegado Fernando Araújo da Cruz Junior, suspeito de matar o boliviano Alfredo Weber dentro de uma ambulância em Corumbá, a 435 km de Campo Grande.
De acordo com o site Midiamax, o delegado Fernando Araújo que era titular da Deaji (Delegacia de Atendimento à Infância, Juventude e do Idoso), e o investigador da Polícia Civil Emmanuel Contis, investigado por ajudá-lo, vão continuar presos porque o juiz converteu em preventiva a prisão temporária e decretou a prisão preventiva do agente.
As provas obtidas no celular periciado mostram a coação no processo e fraude processual.
Também foram encontradas fotos da caminhonete usada pelo delegado no dia do crime. O veículo teria passado por alterações para tentar dificultar investigações cedidas por testemunhas.
Houveram ameaças contra autoridades envolvidas nas investigações, no sentido de que bombas seriam jogadas na delegacia e na corregedoria.
Alfredo Rangel Weber foi assassinado no dia 23 de fevereiro e o suspeito é o delegado Fernando, que está preso desde o dia 29 de março. Testemunhas o identificaram como autor das facadas, que foram desferidas depois de desentendimento em um evento na fronteira. A vítima foi socorrida, mas o delegado e o investigador interceptaram a ambulância em Corumbá, oportunidade em que houve a execução a tiros.
Reconstituição
No dia 8 de abril foi realizada a reconstituição do crime. A Corregedoria da Polícia Civil e a delegacia de Homicídios fizeram a simulação, mas o delegado Fernando Araújo não esteve presente. Testemunhas presenciais participaram da simulação para que todas as versões do caso fossem analisadas, para saber o momento exato em que Alfredo foi assassinado.