O ano mal começou e o registro de execuções praticadas por pistoleiros da fronteira do Paraguai com Brasil, mais precisamente com o Estado de Mato Grosso do Sul, já contabiliza quatro vítimas, todas na região das cidades de Pedro Juan Caballero (PY) e Ponta Porã (MS).
A última aconteceu nesta terça-feira (15), quando dois pistoleiros que estavam em uma motocicleta mataram um homem em Pedro Juan Caballero. A vítima foi identificada como Diosnel Delgado Giménez, 38 anos, e, de acordo com testemunhas, a execução foi quando ele chegava a uma oficina no Bairro Aurora Garden para fazer o reparo do seu veículo.
Ele esperou ser atendido sentado em frente da oficina conversando com outro homem e bebendo cervejas. Neste meio tempo, chegaram ao local em uma motocicleta os dois pistoleiros, que, sem dizer qualquer palavra, abriram fogo contra a vítima, fugindo logo depois.
O homem que estava conversando com Delgado Giménez não foi atingido por nenhum projétil, confirmando que o alvo dos assassinos era apenas ele. A cumpria uma sentença de 10 anos de prisão por homicídio e deixou a prisão há um ano para cumprir o resto da pena em liberdade. Ele morava na cidade de Capitán Bado e a Polícia está investigando se esse antecedente seria o pano de fundo que causou o assassinato.
Corpo incinerado
No sábado (12), por volta das 21h30, quando moradores do distrito de Sanga Puitã, a 15 quilômetros de Ponta Porã, alertaram a Polícia Militar de que nas proximidades da BR-463 teria sido encontrado um corpo incinerado.
Os policiais militares imediatamente deslocaram-se à região indicada e constataram a veracidade do fato, acionando os investigadores do SIG (Setor de Investigações Gerais) da Polícia Civil e os agentes da Polícia Técnica que realizaram os procedimentos de rigor e posteriormente encaminharam o corpo ao IML (Instituto Médico Local) de Ponta Porã à espera da identificação.
Segundo testemunhas, foram ouvidos vários disparos de arma de fogo e posteriormente foi visto um clarão. Quando foram verificar o que estava ocorrendo, encontraram o corpo de o corpo de um homem em meio ao fogo e, imediatamente, alertaram a Policia Militar.
Presume se que a execução possa ter relação com um ajuste de contas do crime organizado, mas os investigadores do SIG não descartam nenhuma hipótese e esperam a identificação da vítima para iniciar as investigações que identifiquem as possíveis causas do homicídio.
Clã Pavão
Já no dia 9 de janeiro foi a vez do ex-contador de Jarvis Chimenes Pavão, responsável pela coordenação dos voos de tráfico de drogas com pilotos, ser morto a tiros em frente da sua casa em Pedro Juan Caballero. Trata-se de Gustavo Alvarenga Cardozo, 45 anos, que morava na Rua Teresa Roa, no Bairro Virgen de Caacupé.
O homem foi atingido por vários tiros e socorrido por um grupo de vizinhos, que o encaminharam a um centro de saúde particular, onde sua morte foi confirmada. Segundo os investigadores, pouco depois das 9 horas, a vítima e sua esposa estavam prestes a deixar sua residência a bordo de uma SUV da Mercedes-Benz, quando apareceu em cena um homem alto e esguio com um capacete pilotando uma motocicleta sem placa.
Calmamente, ele parou no lado esquerdo da SUV e descarregou uma pistola de calibre 40 mm na vítima. De acordo com vizinhos, em seguida, guardou a arma em um pequeno saco na cintura e saiu lentamente do local, uma vez que perdeu alguns segundos porque o motor da moto não ligava.
Os investigadores apontaram que Alvarenga foi o último administrador do narcotraficante Jarvis Chimenes Pavão, atualmente preso em uma prisão no Brasil. Ele foi quem organizou os voos com o carregamento de narcóticos para o Brasil, contratando os pilotos. Por esta razão, ele era conhecido no ambiente com o pseudônimo de “Comandante”.
Paraguaia
No dia 7 de janeiro, uma paraguaia foi morta a tiros dentro de sua SUV, em plena luz do dia, no centro de Ponta Porã (MS), enquanto seu filho, um menor, que estava no banco do passageiro, também ficou ferido. A vítima foi identificada como Juana Bautista Torres Vera, de Paso Horqueta, no Departamento de Concepción, no Paraguai.
Pouco antes das 13 horas, as vítimas estavam viajando pela Avenida Brasil a bordo da SUV da Toyota, com placa NKX-0039, de Ponta Porã (MS), e, quando chegou no cruzamento com a Rua Duque de Caxias, os pistoleiros, em uma motocicleta, aproximaram-se do lado esquerdo e abriram fogo contra a motorista, que morreu no mesmo local, enquanto seu filho teve ferimentos leves.
Ambos foram socorridos e encaminhados a um centro de saúde da cidade, onde médicos de plantão confirmaram a morte de Juana Bautista Torres Vera, enquanto o menor estava internado, mas sem gravidade. Apesar das investigações feitas pela Polícia Civil, ainda não se conseguiu obter elementos que conseguissem decifrar o feroz ataque.