Covid-19 “impõe cessar fogo” na fronteira e mortes param. Na Capital ocorrências também despencam

Após contabilizar de janeiro a março deste ano 28 execuções por pistoleiros na fronteira entre o Paraguai e Mato Grosso do Sul, o avanço da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) provocou, por incrível que isso possa parecer, uma espécie de “cessar fogo” na região nos últimos dias, principalmente, nas cidades de Pedro Juan Caballero e Capitán Bado, no lado paraguaio, e Ponta Porã, no lado de Mato Grosso do Sul.

Para se ter uma ideia, foram 8 mortes em janeiro, 10 em fevereiro e 10 em março, mas, desde o início dos toques de recolher, tanto do lado paraguaio, quanto do lado sul-mato-grossense, as execuções cessaram como por milagre. Esse “fenômeno” também foi registrado em Campo Grande, maior cidade de Mato Grosso do Sul, com cerca de 900 mil habitantes, onde o toque de recolher possibilitou que o número de homicídios caiu entre a sexta-feira (20) e a segunda-feira (22).

A redução na quantidade total de ocorrências é de 64%, conforme dados levantados pela Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública), levando em conta os crimes de furto, posse e porte de arma de fogo, tráfico de drogas e violência doméstica. As ocorrências de roubo caíram vertiginosamente de 33, entre os dias 13 e 15 de março, para 7, no último fim de semana, enquanto o número diminuiu de 106 para 47.

No resto de Mato Grosso do Sul, a queda nas ocorrências foi de 60%, de 1.469 para 586, enquanto os homicídios caíram de 11 para 2 e furtos de 225 para 112. Ou seja, na prática é que, se por um lado o vírus mortal obrigou as pessoas a ficarem em casa, restringindo o contato social e provocando pânico em toda a população, por outro evitou a escalada da violência.