Com o discurso de que foi injustiçado no processo que culminou com a sua prisão e depois a perda do mandato no Senado Federal, o candidato a senador pelo PTC, Delcídio do Amaral, parece que resolveu fazer justiça com o próprio dinheiro.
Pelo menos é o que está demonstrando a operação da Polícia Federal, que, na noite de ontem (03), prendeu um professor por compra de votos em favor da candidatura de Delcídio do Amaral. Ele afirmou aos policiais federais que prestava serviço para a campanha do ex-senador após ser preso em flagrante por captação ilícita de votos mediante vantagem econômica em frente a uma autopeças no Bairro Vila Carvalho, em Campo Grande.
O professor foi preso após pagar eleitores para adesivar carros. Além dos adesivos, os eleitores recebiam orientação em quem votar e uma “cola” eleitoral com os números dos candidatos favorecidos. O nome do homem de 35 anos não foi divulgado.
Com o professor, a Polícia Federal apreendeu R$ 800,00, material de campanha e lista de eleitores que já haviam recebido valores pela adesivagem e compromisso de voto. Ele vai responder pelo artigo 299 do Código Eleitoral (Lei 4737/65) e poderá pegar até quatro anos de prisão, além de multa.
A PF informa que continuará as diligências acerca dessa investigação e monitorando casos de crimes envolvendo as eleições, marcadas para o próximo domingo (dia 7). O PTC informa que não contratou nem vai contratar cabos eleitorais para a campanha de Delcídio e não autoriza qualquer iniciativa de seus simpatizantes fora dos limites da lei.
“A ação de suposto cabo eleitoral acusado de práticas ilícitas tem, portanto, característica de armação política, o que deverá também ser investigado pelas autoridades a pedido do partido”, afirma o presidente do PTC no Estado, Cezar Renato Gazolla, por meio de nota à imprensa.