Ela está à frente dos protestos e comanda o espaço localizado no Bairro São Francisco, que se chama “QG do Bolsonaro” e de onde estavam saindo doações de supermercados, atacadistas e açougues. A segunda é a ex-assessora da senadora Soraya Thronicke (União-MS) e ex-candidata a deputada federal pelo PRTB, Juliana Gaioso Pontes, 49 anos, bem como o comerciante varejista Julio Augusto Gomes Nunes, 54 anos.
Também integram a lista o ex-prefeito de Costa Rica, Waldeli dos Santos Rosa, 62 anos, o produtor rural Germano Francisco Bellan, 72 anos, o pecuarista e ex-presidente do Sindicato Rural de São Gabriel do Oeste, Rene Miranda Alves, 56 anos, e o pecuarista Renato Nascimento Oliveira, 71 anos, que é um dos poucos proprietários de uma Ferrari em Mato Grosso do Sul.
No dossiê da Sejusp, os policiais dos serviços reservados das polícias Militar e Civil de Mato Grosso do Sul repassam informações sobre as empresas que os envolvidos possuem, além dos automóveis e de suas fichas policiais. No caso de Sirlei Ratier, ela é processada por calúnia pelo deputado federal eleito Geraldo Resende (PSDB).
Em um protesto de um movimento antivacina, no dia 22 de janeiro deste ano, a médica chamou Resende, que é ex-secretário de Saúde de “crápula” e “assassino”, ao alegar, sem provas, que as vacinas contra a Covid-19 tinham efeitos colaterais. Já Juliana Gaioso foi assessora da senadora Soraya Thronicke (União Brasil), mas abandonou o barco quando a senadora passou a se distanciar do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Entre muitas polêmicas, Gaioso viralizou em 2020 ao gravar um vídeo portando um fuzil ao lado da imagem de Nossa Senhora Aparecida, a Padroeira do Brasil. Contra ela também há um boletim de ocorrência por injúria. Juliana Gaioso ainda é servidora da Câmara Municipal desde 2017. No caso do comerciante José Augusto Gomes Nunes, dono da loja Cia Roper, a Polícia encontrou vários boletins em que ele é vítima de crimes como furto e extravio, mas também figura como autor em boletins de ocorrência pelos crimes de ameaça e violência doméstica em 2019.
O ex-prefeito de Costa Rica, Waldeli dos Santos Rosa, 62 anos, é apontado como o chefe e incentivador dos protestos bolsonaristas da cidade onde mora. Ele, que tem quatro carretas, uma SUV, uma caminhonete e mais dois utilitários, também teve todos seus boletins de ocorrência listados no dossiê da Sejusp. Dos boletins em que ele é autor, é acusado duas vezes de desobediência, ainda em 2012. Em 2017 teve contra si um boletim de ocorrência por falsidade ideológica, e em 2020, por suposta dispensa de licitação ou deixar de observar as formalidades.
Nas eleições deste ano, Waldeli foi um dos coordenadores da campanha do ex-governador André Puccinelli (MDB) ao governo de Mato Grosso do Sul. Germano Francisco Bellan também teve seus boletins de ocorrência listados. Ele é de Maracaju. Já o pecuarista Renê Miranda Alves, ex-presidente do Sindicato Rural de São Gabriel do Oeste, tem contra si um boletim de ocorrência por violência doméstica, lavrado em 2009, em Campo Grande, na Cepol.
Por fim, Renato Merem, também pecuarista e criador de gado, é apontado como líder dos protestos. Contra ele não há boletins de ocorrência. O fato curioso do dossiê é que ele é proprietário de uma Ferrari F355 Berlina, além de três outros carros de passeio, incluindo uma Mercedes-Benz.