A Sead (Secretaria Estadual de Assistência Social e dos Direitos Humanos de Mato Grosso do Sul) anunciou que os primeiros órfãos de feminicídio foram incluídos no programa Recomeços para receber uma ajuda de custo equivalente a um salário mínimo.
O anúncio foi feito durante o GT Estadual de Prevenção e Enfrentamento à Violência Contra Mulheres, que apresentou o resultado dos trabalhos realizados em uma tentativa de mitigar os feminicídios, cujo número de vítimas é o maior dos últimos três anos em Mato Grosso do Sul.
A secretária estadual de Assistência Social, Patrícia Cozzolino, ressaltou que o dinheiro não devolve a presença da mãe no seio da família, entretanto, pode possibilitar que a criança ou adolescente tenha acompanhamento médico e psicológico, além de garantir a continuidade nos estudos e a alimentação, para que o ciclo de violência não se perpetue.
O Estado, preocupado com essa realidade e com a recuperação dessas crianças e adolescentes, transformou em lei, por meio do programa Recomeços, a possibilidade de os órfãos de feminicídio receberem o benefício. O programa Recomeços, idealizado pela Sead, devido à importância de oferecer suporte aos menores, foi transformado em lei no dia 24 de março de 2025.
Nos casos em que a criança perde a mãe, o benefício é concedido a dependentes menores de 18 anos, desde que estejam em situação de vulnerabilidade econômica. Além dos órfãos que receberam o benefício nesta semana, segundo informou a secretária, mulheres acolhidas na Casa Abrigo há pelo menos 15 dias e inscritas no CadÚnico também têm direito ao auxílio.
Entre vários casos de mulheres atendidas pelo programa, a secretária destacou a situação de uma que foi vítima de cárcere privado por vinte anos, mãe de quatro filhos que eram submetidos à violência do pai, até que a filha conseguiu fugir e procurar ajuda na Delegacia da Mulher Brasileira (Deam).