O paraguaio Reinaldo Miranda Figueredo, agora um fugitivo, aparece como um elemento-chave nas operações do temido cartel mexicano de Sinaloa no Paraguai, sendo o responsável direto por armar toda a estrutura para transportar a cocaína para a Europa. Os agentes da Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) intensificaram as buscas por Reinaldo Miranda em todo o país, uma vez que, de acordo com os documentos recolhidos durante as investigações, puderam ser confirmadas de que o paraguaio é uma peça fundamental das operações que o cartel de Sinaloa efetua na região.
Além disso, os agentes suspeitam que o paraguaio tem ligações diretas com o líder da organização criminosa Joaquin “El Chapo” Guzman. De fato, a entrada de Miranda para o território paraguaio foi detectada há três meses pela Polícia Federal do Brasil e os dados foram comunicados à Senad, cujos agentes começaram a investigação em Villa Elisa com a apreensão de 308 quilos de cocaína e a captura de quatro membros do cartel mexicano – Jimmy Wayne Galliel, líder da operação, Armando Carrillo, Marcos Antonio Castro e Martin Manuel Huerta Flores.
Durante a intervenção também caíram dois motoristas de táxi paraguaios Brítez Pablo Eliseo Nunez e Mario Patricio Fernández, que eram responsáveis pela mobilidade dos narcos no país. O Ministério Público ordenou ainda a prisão de cinco paraguaios: o advogado Graciela Norma Ortiz Aranda, o contador Theophilus DeJesus Mendieta, o despachante aduaneiro Hernán Liseras, o assistente de despachante Lesme Eduardo Ortiz e o gerente Emiliano Gavilan Florentin.
Supostamente, eles foram contratados por Miranda para dar roupagem legal à empresa “O Paraguayita Import & Export”, que foi criado para remeter grandes cargas de cocaína colombiana, principalmente, para países europeus. Destes, apenas o agente aduaneiro Liseras e contra Mendieta apareceu antes do julgamento e foram presos.
“Gerente de Logística”
Segundo os investigadores, Reinaldo Figueredo Miranda exercia o trabalho de um “gerente de logística” dentro da estrutura do cartel de Sinaloa na América do Sul. De fato, os agentes suspeitam que o compatriota realizou operações semelhantes na Colômbia, Peru e Brasil para garantir o sucesso de carregamentos de drogas para países da Europa, Ásia e partes da África.