O ex-prefeito de Campo Grande, Gilmar Olarte (sem partido), que já cumpre pena de oito anos e quatro meses por dar golpe do cheque em branco aos fiéis da igreja Assembleia de Deus Nova Aliança em 2017 e mais quatro anos pela ocultação de R$ 1,3 milhão investido em imóvel no residencial de luxo Damha II, sofreu um novo revés na Justiça de Mato Grosso do Sul.
Segundo o site O Jacaré, o juiz Marcelo Ivo de Oliveira, da 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, determinou a penhora de 10 imóveis de Gilmar Olarte para pagar multa por ter espionado o TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) e obtido informações privilegiadas na “Operação Coffee Break”.
Antes da operação ser deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), o ex-prefeito apagou mensagens do telefone celular, ingressou com habeas corpus no STJ (Superior Tribunal de Justiça) e sumiu no dia para evitar a condução coercitiva determinada pelo desembargador Luiz Cláudio Bonassini da Silva.
Na época, o promotor de Justiça Marcos Alex Vera de Oliveira denunciou Olarte e o oficial de Justiça Mauro Lino Alves Pena por improbidade administrativa. O juiz David de Oliveira Gomes Filho, da 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, absolveu o funcionário do Judiciário por falta de provas e condenou Olarte a perda da função pública, multa civil de R$ 100 mil e inelegibilidade por quatro anos.
O TJ manteve a sentença e Marcos Alex pediu a execução da sentença há três anos, no dia 18 de agosto de 2020. Em nova petição, o promotor de Justiça Fábio Ianni Goldfinger atualizou o valor para R$ 222 mil, que inclui multa de 10%, e indicou 10 imóveis para serem penhorados pela Justiça.
Na lista do MPE estão um apartamento da Vanguard, uma casa no Villas Damha, lotes na Chácara dos Poderes e a obra inacabada da mansão no Residencial Damha II. Em despacho publicado ontem (14) o juiz determinou a penhora dos imóveis e a avaliação para definir o valor.