Levantamento da SES (Secretaria Estadual de Saúde) revela que, devido a uma nova onda de casos de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda), principalmente com nova alta de pacientes confirmados com Covid-19, a capacidade dos leitos pediátricos em todos os municípios de Mato Grosso do Sul opera acima de 85%.
A situação mais crítica é em Campo Grande que, até na semana passada, contava diariamente com ao menos 50 crianças em estado grave na fila por um leito em hospital. Em resposta, o Governo de Mato Grosso do Sul deve ampliar a equipe de pediatras com mais 17 profissionais no Hospital Regional, em Campo Grande. Por enquanto, não há previsão de quantos novos leitos serão abertos além dos 350 existentes.
Apesar da lotação dos leitos pediátricos, a SES explica que é cedo para declarar situação de emergência no Estado. A estratégia no momento é de uma organização da rede de saúde de todos os 79 municípios com campanhas de prevenção e vacinação de todas as faixas etárias.
De acordo com a SES, Mato Grosso do Sul tem a predominância de quatro vírus respiratórios em circulação: rinovírus, sincicial respiratório (especialmente em crianças de até cinco anos de idade), influenza e Covid-19.
Associada à circulação dos vírus, o fator da sazonalidade é outro que influencia a alta de contaminações com a chegada do frio. A previsão é que o período dure cerca de quatro meses, até agosto.
A recomendação para esse período é não sair com crianças e evitar expô-las em locais com aglomeração, pessoas com sintomas gripais devem evitar contato com outras pessoas, especialmente de idosos, crianças e adultos com comorbidades e pessoas com sintomas gripais devem procurar unidades de saúde e usar máscaras.
Campo Grande vive dias de caos na saúde. Unidades de atendimento básico estão lotadas e pacientes amargam horas de espera, hospitais estão superlotados e fechando as portas para novos pacientes, enquanto dezenas de crianças aguardam vaga em leitos improvisados das UPAs.
Nos últimos dias, a própria Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) admitiu aumento de 30% na demanda por atendimento nas unidades de saúde e o secretário Sandro Benites classificou a situação como epidemia de doenças respiratórias em crianças.
Hospitais particulares de Campo Grande também estão lotados e inclusive chegaram a pedir leitos ao SUS. Apenas o Hospital El Kadri informou que tem 30 leitos pediátricos disponíveis para contratação.