O falsificador de whisky Manoel Valencio Neto, de 31 anos, preso na quinta-feira (15) por fabricar e vender a bebida a bares de Campo Grande (MS), movimentava cerca de R$ 20 mil por semana com o esquema.
De acordo com a Polícia Civil, ele chegou a comercializar até 200 garrafas por dia de whisky falsificado nos fins de semana. A maioria dos compradores eram bares de “ricos” onde o consumo da bebida sempre foi intenso.
A operação da Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo) identificou que Manoel Valencio utilizava a casa da ex-namorada, mãe de sua filha, como centro de produção.
No momento da abordagem, ele saía da casa onde mora, na Vila Eliane, em uma BMW transportando seis caixas de bebidas. O veículo foi apreendido, assim como uma moto Kawasaki, pulseiras de ouro e relógios de marca.
Durante a ação, foram apreendidas 87 garrafas já envasadas com a mistura falsificada, 551 selos públicos falsos, 160 tampas de marcas famosas, 116 dosadores, além de equipamentos como selador térmico e soprador usados para adulteração de rótulos.
A bebida era feita com extrato de malte de baixo custo, vendido a R$ 30, e distribuída em garrafas de marcas renomadas como Red Label e Jack Daniel’s, com adição de saborizantes.
A Decon já havia localizado bebidas adulteradas em três regiões da Capital: Moreninhas (3 garrafas), Jardim Centenário (50) e no Carandá Bosque (4). Manoel chegou a mudar o endereço da produção e trocar de veículos para dificultar o rastreamento da polícia.
Durante fiscalizações em comércios da cidade, os policiais constataram que os selos fixados nas garrafas não eram impressos em papel moeda, tampouco seguiam os padrões da Casa da Moeda.
Além disso, algumas garrafas apresentavam selos que imitavam os da Receita Federal, traziam etiquetas de importação do Paraguai e não possuíam informações em língua portuguesa, o que contraria a legislação vigente.
Apesar da gravidade do crime, que representa risco à saúde pública pela falta de higiene e controle sanitário, o suspeito optou por permanecer em silêncio.
“Ele não se pronunciou. Conversamos por telefone, mas ele não me passou nenhuma informação. Nós falamos apenas sobre a decisão dele de ficar em silêncio, já que ainda não tínhamos conhecimento dos autos. A audiência de custódia deve ocorrer no sábado ou no domingo”, declarou o advogado de defesa, Raimundo Rodrigues Nunes Filho.
Manoel Valencio era investigado há aproximadamente seis meses após diversas denúncias e na tarde de quinta-feira as equipes da especializada faziam campana em frente ao local quando viram ele saindo em um veículo BMW.
O homem foi preso em flagrante e levado para a sede da Decon no fim da tarde. O caso foi registrado como vender ou ter em depósito mercadoria imprópria para consumo e com embalagem irregular.