Caso o TRE-MS (Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul) casse na próxima terça-feira (20) o mandato da prefeita Adriane Lopes (PP) e da vice-prefeita Camilla Nascimento (Avante), os eleitores de Campo Grande poderão voltar às urnas no fim deste ano caso.
Segundo o site O Jacaré, o ex-juiz eleitoral André Borges explicou que o processo ainda vai ser longo e o afastamento não será imediato, porém, caso tudo se concretize, quem assumirá o comando da Prefeitura Municipal será o presidente da Câmara Municipal, vereador Papy (PSDB).
“Dois fatos importantes: se o TRE cassar, a prefeita não é afastada de imediato. Ainda caberão recursos a Brasília (DF). Só depois que encerrar é que assume o presidente da Câmara e depois nova eleição. Ou seja: não será resolvido com rapidez”, explicou Borges, que já foi juiz eleitoral e é especialista em direito constitucional.
“Hoje com processo eletrônico tudo é mais rápido. Acho que até final do ano, ou talvez um pouco antes, se resolve”, estimou. No caso de cassação, Adriane não poderá disputar um novo mandato.
O curioso é que a principal adversária, a ex-superintendente da Sudeco, Rose Modesto (União Brasil), naquelas reviravoltas da vida e da política, poderá disputar novamente a prefeitura e com o apoio de Adriane e da senadora Tereza Cristina (PP).
Com a formação da federação do PP com o União Brasil, Adriane e Rose estarão no mesmo partido e no mesmo palanque. A União Progressista só poderá lançar uma candidata a prefeita. Rose tem o recall de já ter disputado o cargo de prefeita duas vezes e de ter perdido a última eleição por uma diferença mínima de 12 mil votos.
Papy poderá repetir o feito de outros vereadores que assumiram a prefeitura e disputaram a reeleição, como Vanda Camilo (PP), em Sidrolândia, e o prefeito de Paranhos, Hélio Acosta (PSDB). Ele vai ter um páreo duro, já que o deputado federal Beto Pereira (PSDB), também pode tentar novamente a prefeitura.
No entanto, não há certeza de que a Justiça Eleitoral vai cassar o mandato da prefeita por compra de votos. O TRE-MS nunca cassou um prefeito no Estado por esse crime. A corte já cassou vereadores e deputados estaduais, mas, por outras irregularidades, como ficha suja (Tiago Vargas) e não cumprir a cota feminina, como é o caso de Rafael Tavares (PL) e dos vereadores de Ladário.