Caso não vire um “elefante branco”, o HMCG (Hospital Municipal de Campo Grande) pode dar um retorno de R$ 1,3 bilhão para a empresa privada contratada para construir o complexo hospitalar no prazo de 20 anos, tendo investido menos de R$ 300 milhões.
Pelo mesmo é o que consta no edital publicado na edição de hoje no Diogrande (Diário Oficial de Campo Grande), trazendo mais detalhes sobre a licitação, cujas propostas devem ser abertas no dia 29 de setembro, pouco mais de uma semana antes da eleição municipal na qual a prefeita Adriane Lopes (PP) deve tentar a reeleição.
Caso saia do papel, o HMCG, previsto para ser edificado no Bairro Chácara Cachoeira, terá 259 leitos e ficará longe de resolver o problema da falta de vagas hospitalares O estudo técnico que embasa a necessidade de um novo hospital que a região de Campo Grande, que inclui outros 33 municípios, tem déficit de pelo menos mil leitos.
Atualmente, segundo este estudo, a Capital tem 123 estabelecimentos de saúde ligados ao SUS e um total 2.539 leitos para internação hospitalar, incluindo os contratualizados pelo SUS e na rede particular. Destes, 1.601 estão à disposição dos pacientes do SUS, sendo 543 leitos em dois hospitais públicos e 1.058 leitos distribuídos em 5 instituições filantrópicas.
Juntas, essas cinco instituições filantrópicas receberam R$ 575 milhões de recursos públicos em três anos, aponta o estudo. Com a construção de um hospital próprio, aponta o estudo, parte deste dinheiro será destinado ao hospital do próprio município.
Porém, como está sem recursos para bancar o projeto, vai contratar uma empresa privada, que deve investir em torno de R$ 270 milhões, incluindo equipamentos. E, conforme o estudo técnico, ao fim de um período de 20 anos receberá, a título de aluguel, R$ 1,28 bilhão, sem contabilizar as correções que serão feitas a cada ano. O estudo inicial aponta que, por um contrato de 20 anos, o valor mensal do aluguel será da ordem de R$ 5,3 milhões.
Porém, se o contrato se estender por 30 anos, que é uma das possibilidades apontadas pela consultoria, o retorno em aluguéis chegaria a R$ 1,85 bilhão, uma vez que a mensalidade ficará em R$ 5,14 milhões mensais. Esse valor incluiria boa parte da manutenção do prédio. Porém, a contratação de médicos e outros profissionais da saúde, que representam um dos principais custos de um hospital, ficará sob responsabilidade da prefeitura.