A situação financeira do maior hospital de Mato Grosso do Sul, a Santa Casa de Campo Grande, parece que não tem solução e, apesar de todo recurso destinado para a entidade filantrópica, o saco nunca fica cheio, como se não tivesse fundo.
Em audiência pública realizada ontem (14) na Câmara Municipal, a presidente da Santa Casa, Alir Terra Lima, voltou a reafirmou que o déficit mensal da instituição gira em torno de R$ 13 milhões, valor que não considera emendas parlamentares, classificadas por ela como recursos “pontuais”.
Ela chegou à audiência afirmando que a Santa Casa continua sem a assinatura do novo contrato com o município, documento que deveria garantir o reajuste necessário para o equilíbrio econômico-financeiro. “Estamos trabalhando com muita dificuldade ainda, mas sempre priorizando a assistência ao paciente”, destacou.
Questionada sobre a atual falta de insumos, ela negou que haja desabastecimento direto, mas apontou a sobrecarga como principal fator para o colapso. “Se você tem mais pacientes sendo internados, muito acidente, muito problema respiratório, é óbvio que vai ter que gastar mais insumos. Com o desequilíbrio do contrato, não conseguimos atender toda a cadeia”, alertou.
A presidente reforçou que o hospital é referência em alta complexidade e, por isso, precisa ser resguardado para os casos de maior gravidade. “O fechamento, quando se fala, não é fechamento. É atender aqueles que mais precisam, que têm risco de morte. O excesso de pacientes diminui nossa capacidade de atendimento nos insumos”, pontuou.
Durante a audiência, Alir Terra anunciou que irá apresentar aos vereadores os números detalhados do hospital, incluindo despesas, valores recebidos pela contratualização e o descompasso provocado pelo subfinanciamento do SUS.
Sobre a possibilidade de a audiência promover soluções definitivas aos problemas da unidade hospitalar, a presidente afirmou que estaria ali para “apresentar os dados”. “O que será feito com essas informações, cabe aos parlamentares decidir”, finalizou.