A CPI do Ônibus, criada pela Câmara Municipal de Campo Grande há seis meses, adiou por mais 30 dias o prazo para a conclusão do relatório final sobre o transporte coletivo urbano do município, fazendo crescer a possibilidade de que tudo acabe em pizza.
Até então, a entrega estava prevista para terça-feira (2), no entanto, na segunda-feira (1º), após 52 dias do encerramento das oitivas, a relatora, vereadora Ana Portela (PP), afirmou que ainda aguardava receber todas as sugestões dos demais integrantes para incluir no texto final. Entretanto, nenhum prazo havia sido definido.
A vereadora afirmou ontem que o relatório está “bem embasado” e que pretende apresentá-lo antes do prazo final. Segundo Ana Portela, a previsão é de que, até amanhã (5), os colegas apresentem os apontamentos finais que ainda restam. Caberá a ela decidir se os apontamentos serão incluídos ou não.
O presidente da CPI do Ônibus, vereador Lívio Leite (União Brasil), havia adiantado que os apontamentos recebidos foram volumosos e demandam análise mais detalhada. Ele destacou que, na última sexta-feira (29), uma reunião de quatro horas resultou em novas contribuições, o que levou ao adiamento da apresentação do relatório.
“Nessa discussão surgiram muitos outros questionamentos, e então decidimos chamar a procuradoria e a assessoria. A ideia foi discutir ponto a ponto, para aprofundar ainda mais o relatório, porque entendíamos que ainda era possível contribuir”, explicou Lívio.
No início de agosto, a comissão já havia solicitado uma primeira prorrogação do prazo. “Se faz necessária essa postergação de prazo pela complexidade dos documentos que precisamos analisar”, disse Ana, ao apresentar o pedido aos colegas durante sessão no dia 15 de agosto.
Para o presidente da CPI, os trabalhos estão dentro do prazo e ele aponta que não vê prejuízo político na extensão. “A CPI tem duração inicial de 120 dias, podendo ser prorrogada por mais 120. Então, não há problema nenhum. O que buscamos é entregar um documento consistente e aprofundado, sem espaço para questionamentos. Só os meus apontamentos somaram 140 páginas, mas ainda há os da Luiza [Ribeiro], do Maicon [Nogueira] e do Coringa”, acrescentou.
Já o presidente da Câmara Municipal, vereador Papy (PSDB), avalia que a extensão é necessária para garantir a consolidação das diferentes contribuições. “Eu penso que o relatório vai vir muito próximo daquilo que foi a CPI: oitivas muito profundas, aguerridas, expondo os problemas. E para quem achou que talvez a CPI fosse aliviar para qualquer um dos lados, não foi o que aconteceu. As oitivas expuseram muito as fragilidades tanto da gestão quanto do consórcio”, afirmou.