Conforme levantamento realizado pelo site O Jacaré junto ao Portal da Transparência da Casa de Leis, cada um torrou mais de R$ 314 mil no ano passado.
O mais econômico foi o veterano político Loester Nunes, o Dr. Loester (MDB), que gastou apenas R$ 166 mil – metade da farra promovida pelo primeiro colocado, Coringa.
Dos 32 parlamentares, inclusive os três suplentes, 17 gastaram mais de R$ 300 mil no ano passado.
Conforme decreto do presidente da Câmara Municipal, Carlos Augusto Borges (PSB), o “Carlão”, cada vereador tinha direito a gastar R$ 25 mil de janeiro a setembro do ano passado.
O valor teve aumento de 20% em outubro – o dobro do reajuste de 10% dado ao funcionalismo público municipal em 2022. No ano passado, os servidores não tiveram reajuste por causa da crise nas finanças.
O aumento de 20% chegou a ser suspenso pelo juiz Ariovaldo Nantes Corrêa, da 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos. No entanto, o desembargador Paulo Alberto de Oliveira, do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), acatou o pedido de Carlão e manteve a verba indenizatória de R$ 30 mil.
No total, o gasto com a verba indenizatória soma R$ 8,344 milhões, conforme as notas disponibilizadas no Portal da Transparência. O valor é inferior ao valor divulgado pelo parlamento, através da assessoria, de que o montante seria de R$ 8,462 milhões. Alguém deixou de prestar contas corretamente.
Os campeões na farra com o dinheiro público através da cota parlamentar foram quatro vereadores. A diferença entre o maior e o menor valor do quarteto campeão é de apenas R$ 293,06, por isso O Jacaré incluiu os quatro no topo do ranking.
Os campeões no gasto com a verba indenizatória em 2023 foram: Junior Coringa – R$ 314.681,79; Betinho – R$ 314.596,97; Delei Pinheiro – R$ 314.487,91; e Marcos Tabosa – R$ 314.388,73.
Outros 13 vereadores torraram mais de R$ 300 mil ao longo do ano passado. O grupo inclui parlamentares de todas as ideologias, desde o bolsonarista Tiago Vargas (PSD), R$ 312,5 mil, o socialista Carlão, R$ 306,2 mil, aos petistas Ayrton Araújo e Luiza Ribeiro, respectivamente, R$ 307,9 mil e R$ 301,6 mil, ao ex-secretário municipal de Saúde, Dr. Jamal (MDB), R$ 303,7 mil, e ao suplente Paulo Lands (Patri), R$ 308 mil.
Alguns vereadores chamaram a atenção por terem gasto exatamente o valor previsto. Esse foi o caso de Lands, que torrou exatamente R$ 25 mil de fevereiro a setembro do ano passado, e R$ 30 mil nos três meses finais. Apenas em janeiro, ele economizou R$ 200 – o gasto total foi de R$ 24,8 mil.
Outro vereador a ter gastos redondos foi o Dr. Vitor Rocha (PP), que torrou exatamente R$ 24,8 mil por mês de janeiro a setembro do ano passado. No último trimestre, ele aproveitou o reajuste de 20% e apresentou notas para receber R$ 30 mil por mês.
Outros vereadores estouraram o limite mensal previsto em lei, como foi o caso de Luiza Ribeiro nos meses de março (R$ 34,6 mil), abril (R$ 29,6 mil), julho (R$ 25.052,86) e setembro (R$ 31.450). Neste período, o máximo permitido era de R$ 25 mil.
A lista de ainda conta com Ademir Santana (PSDB), que estourou o limite em março (R$ 25.058,74), Otávio Trad (PSD) nos meses de setembro (R$ 25.000,02) e dezembro (R$ 30.273,56), Silvio Pitu (PSD) superou em setembro (R$ 25.078,81).
A verba de R$ 30 mil por mês é gastar com locação de veículos, combustível, divulgação da atividade parlamentar, serviços gráficos, divulgação da atividade parlamentar, pesquisas, trabalhos técnicos, pareceres, gestão de serviços de redes sociais, serviços contábeis e a nomenclatura infinita “outros serviços”. Além disso, cada parlamentar tem salário de R$ 19,9 mil por mês.