Que mundo é esse? Advogado teria pego causa dos Name para se livrar de dívida e da “morte”

As investigações da “Operação Omertá”, envolvendo o empresário campo-grandense Jamil Name e o advogado de Sidrolândia Davi Moura de Olindo. O advogado teria sido uma vítima de Jamil Name para quem devia R$ 770 mil e só assumiu a causa para quitar o débito e não ser fuzilado.

Segundo a denúncia do MPE (Ministério Público Estadual) enviada à Justiça no começo deste mês, Davi Olindo tinha relação de décadas com Jamil Name e Jerson Domingos, porém, contraiu uma dívida e não conseguiu pagar o filho do empresário, Jamil Name Filho, mais conhecido como “Jamilzinho”.

O documento diz que, irritado com o devedor, Jamilzinho enviou o capanga Euzébio Araújo de Jesus, o “Nego Bell’’, até Sidrolândia, onde o advogado mora e tem escritório.  “Armado, Nego Bell promoveu cobranças violentas, humilhações e ameaças contra Olindo”, diz trecho da denúncia.

O MPE, por meio do Gaeco (Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), narra que, enquanto estava sob a mira de Nego Bell, o advogado sidrolandense mandou uma mensagem de voz para Jamil Name, a qual se referia como “pai’’, e implorou para não morrer.

“… por favor me dê uma chance, cuida de mim, nunca fui desonesto, nunca traí… Estou atravessando uma fase horrível, seu Jamil… tô devendo pro seus filhos, e eu não tô em condições de pagar eles agora… eu tenho pra pagar, se me derem uma oportunidade, se me derem um tempo, eu vou pagar’’, suplicou Davi Olindo.

Segundo os promotores de Justiça, dias depois, o advogado assumiu a defesa de Jamil Name no processo da morte do estudante universitário Matheus Xavier, que morreu por engano no lugar do pai, o ex-capitão PM Paulo Xavier, mais conhecido como “PX”. Em depoimento, Davi Olindo reconheceu que foi ameaçado pelos Name em razão das dívidas.

O advogado foi denunciado pelo MPE por obstrução de Justiça, por participar do plano para executar um promotor de Justiça, um defensor público e o delegado do Garras, Fábio Peró. Conforme as investigações, Davi Olindo e um outro advogado, Adailton Raulino, iam até o Presídio Federal de Segurança Máxima em Mossoró (RN) e retransmitiam as ordens de Jamil Name e Filho para Jerson Domingos e Cinthya Name Belli.

A denúncia destaca que pai e filho presos, além de outros investigados, queriam executar as autoridades em Campo Grande. No entanto, o juiz Roberto Ferreira Filho não viu indícios de participação dos advogados no plano de atentado e rejeitou a denúncia contra eles.

A investigação também encontrou um bilhete, escrito em pedaço de papel higiênico, dentro do presídio, que dá ordens e detalhes para o assassinato das autoridades. Se tornaram réus apenas Jerson Domingos, Cintya Name Belli, Marcelo Rios e Vladenilson Olmedo. Com informações do site TopMídiaNews