PT oficializa desembarque do Governo deve expulsar quem não devolver os cerca de 25 cargos

Ao lado dos deputados estaduais Zeca do PT e Gleice Jane; deputados federais Camila Jara e Vander Loubet, o ex-presidente do diretório regional, vereador de Coxim Vladimir Ferreira, falou sobre a saída do PT do Governo do Estado - (Foto: Douglas Vieira)

O PT de Mato Grosso do Sul sacramentou a saída da base do Governo do Estado, após o governador Eduardo Riedel (PSDB) ter criticado a prisão do ex-presidente Bolsonaro, gesto que foi visto pelo diretório petista como um alinhamento com a extrema-direita.

A permanência do partido foi descrita como “inviável” pelo presidente do PT de Mato Grosso do Sul, Vladimir da Silva Ferreira, durante coletiva realizada na tarde desta sexta-feira (8), no Diretório Estadual do partido, em Campo Grande.

Há o entendimento, infelizmente, de que, pela situação política do país, e por conta do alinhamento do grupo político do governador com a extrema-direita, a permanência do PT no governo se torna inviável”, disse Vladimir.

Com a saída do governo tucano, os petistas também pedem que seus indicados entreguem os 25 cargos que ocupam no Executivo estadual. Os nomes não foram divulgados.

Com relação aos correligionários que ocupam pastas no governo, Vladimir foi enfático ao responder que existem poucas opções, sugerindo inclusive a possibilidade de sanções.

“Ninguém que ficar no governo ficará com o aval da direção do PT; então, estará, obviamente, sujeito a sanções ou terá que se afastar do partido. Se licenciar, se afastar. Talvez alguns sigam esse caminho”, pontuou Vladimir.

O presidente explicou que convidou os petistas que ocupam cargos de chefia para conversar e tentar chegar a um consenso. Já o presidente eleito e deputado federal Vander Loubet (PT-MS) disse que, assim como a entrada no governo ocorreu “pela porta da frente”, a saída se dará do mesmo modo. A tomada de decisão ocorreu após Riedel ter criticado a prisão de Bolsonaro.

“O denominador comum da nossa saída foi a nota do Riedel que ele [emitiu da Ásia]. E isso é incompatível com aquilo que nós defendemos. Nós lutamos pela vida, pela redemocratização dos países”, disse Vander.

A ocupação da Câmara e do Senado Federal em Brasília por parlamentares apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro foi mencionada como uma tentativa de desestabilizar a democracia, o que é totalmente contrário à ideia defendida pelo PT, segundo o parlamentar.

“Quando apoiamos naquele momento [a base do governo], o Riedel sempre foi um cara de centro-direita, muito democrático. Nós fomos por uma questão estratégica, até porque o próprio governo do presidente Lula é de centro-direita: tem o PP no governo, tem o PSD, o MDB. Ou seja, fizemos a opção de ir para o governo e decidimos, com a maioria do partido, sair agora e colocar esses cargos à disposição”, pontuou Vander.

Sobre a possível saída dos cargos, Vander tratou a situação com prudência, dizendo que, embora todos tenham livre arbítrio para tomar sua própria decisão, a orientação é que cada um cumpra sua parte comunicando sua saída. Com informações do Correio do Estado