O SindCFCMS (Sindicato dos Centros de Formação de Condutores de Mato Grosso do Sul) alertou que a proposta do ministro dos Transportes, Renan Filho, de acabar com a obrigatoriedade de aulas nos CFCs (Centro de Formação de Condutores) coloca em risco aproximadamente seis mil empregos no Estado.
O presidente do SindCFCMS, Henrique José Fernandes, contou que a ideia de implantar a proposta, que tem como objetivo baratear o acesso à carteira de habilitação, já existe há algum tempo, mas nada foi feito de forma concreta. Caso seja efetivada, a medida pode impactar diretamente o setor que tem 235 CFCs no Estado.
“Hoje empregamos praticamente seis mil pessoas no Estado entre empregos diretos, e isso com certeza causaria um impacto de pelo menos 50% disso de imediato. Porque, ao deixar de ter essa obrigatoriedade da educação de trânsito, isso causa um impacto negativo tanto para a gente quanto para a população”, explicou.
Para o presidente do sindicato, o possível fim da obrigatoriedade das aulas, atualmente exigidas por meio das autoescolas que, conforme a Resolução nº 789/2020 do Contran, determina carga mínima de 20 horas/aula pode gerar problemas no trânsito.
“Imagina você não ter aulas. Porque passar em uma prova não quer dizer que esteja preparado. Até porque a gente sabe que as provas não são tão rigorosas assim, pelo menos a nível de Brasil. Aqui em Mato Grosso do Sul, graças a Deus, nós temos um Detran maravilhoso, em que realmente a pessoa faz prova. Agora, imagine em outros estados do Brasil como isso vai ficar?”, perguntou.
Entre os motivos apresentados pelo presidente do sindicato, Henrique José Fernandes, que acabam elevando o custo da carteira de motorista, estão a tecnologia que os centros de formação precisam adotar e as taxas do Detran, geralmente cobradas junto com o valor pago pelo consumidor na obtenção da primeira CNH.
“E tem as taxas do Detran que, infelizmente, no nosso Estado, o pessoal recebe junto. Ele pega a parte da autoescola, que seria a teórica e prática, mais as taxas do Detran, e passa para o cliente o valor total. Ou seja, o preço da carteira vai lá em cima, mas tudo isso que a gente recebe, na verdade, a gente recebe bem menos”, explicou.
O valor médio das aulas no Estado parte de R$ 2.500. Em se tratando de motociclistas, o presidente do sindicato informou que, com as taxas, a habilitação pode ser obtida a partir de R$ 1.500. Henrique explicou ainda que, em Mato Grosso do Sul, o valor deveria estar em R$ 3 mil. Entretanto, diante das reclamações em relação ao custo, decidiram não aumentar os preços.
Entre as alternativas apontadas pelo presidente do sindicato para baratear o valor final estão a discussão sobre a diminuição da carga horária de aulas práticas e o uso de tecnologias mais acessíveis em questão de preço, mas não abrir mão do treinamento, algo que Henrique considera “pavoroso”. Com informações do Correio do Estado