Procurador da Câmara acusado de corrupção não vai trabalhar mas continua recebendo. Você paga a conta!

Apesar de não ser ilegal, é extremamente imoral que o contribuinte de Campo Grande seja o responsável pelo pagamento de parte de um “gordo” salário superior a R$ 10 mil a um servidor que foi afastado pela Justiça pelo crime de lavagem de dinheiro.

Isso mesmo cara leitor, o seu, o meu e o nosso rico dinheirinho ganho com muito suor, está sendo utilizado para pagar parte do salário mensal do procurador-geral da Câmara de Vereadores de Campo Grande, André Luiz Scaff, mais conhecido como “Tio Patinhas” do serviço público municipal em razão dos milhões acumulado, dizem, no exercício da profissão.

O cidadão, que é servidor efetivo da Casa de Leis desde 1º de março de 1985, está, desde o dia 22 de novembro do ano passado, impedido pela Justiça de retomar ao cargo em razão de ser o principal alvo da “Operação Midas”, que apura os crimes de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, associação criminosa e falsidade ideológica.

Desde que foi afastado, o funcionário deixou de receber parte da remuneração, que chega a quase R$ 10 mil – R$ 4.395,49 por mais de 30 anos de tempo de serviço e R$ 5.252,89 de gratificação pela função -, que, segundo seu advogado, José Wanderley Bezerra, é dependente do efetivo exercício da função.

André Scaff chegou a ficar preso durante 44 dias e liberado com a condição de se manter longe de suas funções na Casa de Leis para não prejudicar as investigações. No mês de julho deste ano, o “cara de pau” tentou, por duas vezes, a revogação do afastamento, mas as solicitações foram negadas, sendo a última pelo desembargador Paschoal Carmello Leandro, do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul).

“Passado mais de seis meses daquele julgamento, o ora impetrante suscita ‘fatos novos’, no sentido de que já houve encerramento das investigações e oferecimento da denúncia”, argumentou o magistrado na decisão, completando que, no entanto, a medida cautelar, que foi o afastamento, foi justificada pelo receio da utilização do cargo para praticar “infrações penais”.

“Se é assim”, acrescenta o desembargador, é arriscado autorizar a volta de Scaff, já que ele é denunciado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, “por suposto uso do prestígio da função pública para cometer os citados delitos”. Scaff foi o principal alvo da Operação Midas e também é suspeito de receber propina no valor de R$ 3 milhões para aditar e renovar contratos de empresas prestadoras de serviços com a Prefeitura de Campo Grande no período em que foi secretário municipal de Finanças na gestão de Gilmar Olarte – que durou de março de 2014 a agosto de 2015.