A fronteira seca entre o Paraguai e o Brasil é a entrada para muambas, armas, munições e, principalmente, drogas em Mato Grosso do Sul e, daqui, para o resto do País. Porém, agora a fronteira virou a porta de entrada de terroristas do Estado Islâmico no Brasil.
Após a prisão de um dos integrantes do grupo islâmico durante a operação Hashtag realizada pela Policia Federal surgiu a informação de que a fronteira poderia ser um dos meios de entrada de terroristas no Brasil, a situação ficou evidenciada após o grupo ter recebido mensagens via o aplicativo Telegram, conforme revelou análise do “Site Intelligence”, consultoria especializada na atuação de grupos extremistas na internet, que é referência no tema até para o governo dos Estados Unidos.
O autor das mensagens orientou os seguidores a se aproveitarem das favelas do Rio onde a criminalidade é disseminada e a usarem a “porosa fronteira” com o Paraguai para levar armas ao Brasil por meio de Mato Grosso do Sul, o Estado seria a principal porta de entrada por estar localizado na fronteira entre Brasil e Paraguai, com 1,5 mil quilômetros de extensão, o que propiciaria os ataques em território brasileiro.
Nesta caso, ainda é levado em consideração a baixa segurança desta região e as atividades ilícitas em abundância, como o narcotráfico, contrabando, descaminho de mercadorias e veículos roubados, poderia oferecer ainda mais facilidade a o terrorismo.
Um dos 10 suspeitos de compor uma célula terrorista internacional do Estado Islâmico, que se encontra preso no Presídio Federal é de Campo Grande. Em informação que foi divulgada pelo site da Revista Veja, apontou que Leonid El Kadric de Melo, ou Abu Khalled já cumpriu pena de 18 anos e oito meses de prisão por homicídio e roubos qualificados.
Assim como os outros nove suspeitos, Leonid foi preso pela Polícia Federal na Operação Hashtag. Eles estariam preparando atentados na Olimpíada do Rio. As informações foram publicadas no jornal Estadão, da última sexta-feira (22).
O sul-mato-grossense é mecânico em uma agropecuária em Campos de Júlio (MT), cidade onde mora. Durante o período em que esteve preso, em Araguaína (TO), El Kadri chegou a fugir da prisão e se apresentou em Vila Bela da Santíssima Trindade (MT). Atualmente divorciado, El Kadri cursa engenharia mecânica na Faculdade Anhanguera.
Leonid, assim como outros suspeitos, usava nomes árabes ou falsos para manter perfil em redes sociais, como o facebook e se comunicar. Na rede social, do sul-mato-grossense por exemplo, Leonid adotou o sobrenome Melo.
No total são 14 os suspeitos de estarem envolvidos com o grupo terrorista sendo eles: Alisson Luan de Oliveira, Antonio Ahmed Andrade, Caio Pereira, Teo Yoshi, Israel Pedra Mesquita, Leandro França de Oliveira, Leonid El Kadri de Melo, Muhammad Ali Huraia, Zaid Duarte, Ismail Abdul-Jabbar Al-Brazili, Zakaria Mounir, Ali Lundi, Valdir Mahmoud e Vitor Abdullah. Da lista, dois suspeitos foram conduzidos coercitivamente para depor e outros dois estão foragidos. A maioria, assim como Leonid mantinham nomes falsos.
Embora alguns tenham origem estrangeira, todos eram radicados no Brasil. Eles chegaram na última madrugada em uma aeronave da Polícia Federal a capital do Mato grosso do Sul.
A vinda para MS ocorreu por decisão de cúpula, do Ministério da Justiça, mas sem um motivo específico, apenas por ser presídio federal. Eles permanecerão na triagem por 20 dias, com banho de sol na própria cela e depois seguem para celas separas com banho de sol no pátio.
Grupos ligados ao Estado Islâmico e outras facções jihadistas, estariam armando um plano para atacar o Brasil durante algum evento, colocando Mato Grosso do Sul como possível alvo do terrorismo internacional.