Polícia procura mais um suspeito da morte de brasileira estudante de medicina no Paraguai

A Polícia do Paraguai, sob o comando do promotor de Justiça Gabriel Segovia, tem dois suspeitos pelo assassinato da brasileira estudante de Medicina, Érica Corte, 29 anos, ocorrida na madrugada de ontem (20), em Juan Pedro Caballero, no Paraguai, onde ela estudava. A informação é do pai da vítima, o ex-prefeito de Pontal do Araguaia (MT), Raniel Corte, referindo-se ao eletricista que já foi preso e estava de posse do celular da acadêmica e um homem ainda não identificado e que é proprietário de um Pálio da cor preta.

“Existem dois suspeitos. Um eletricista que tinha feito um serviço na casa dela no passado é um deles e um homem de um Pálio de cor preta. Minha filha dividia a casa com outra colega, que estava trabalhando no momento do crime. Quando ela chegou viu toda a situação deplorável. Um sorvete que o rapaz teria levado para a casa ainda estava lá”, explicou bastante abalado Raniel Corte.

A jovem, que era enfermeira e estava cursando Medicina em Pedro Juan Caballero, foi encontrada morta em sua casa com várias perfurações pelo corpo. Um dos amigos da jovem disse a familiares que provavelmente Erika foi golpeada por trás, no pescoço, e em seguida, levada para outro cômodo da casa para receber mais duas perfurações no peito. O rosto dela estava coberto.

O autor do crime levou o aparelho de celular da moça e a arma do crime, sendo que por isso a Polícia suspeita do eletricista, pois o aparelho foi encontrado com ele no momento da prisão. Porém, ainda não está descartada a participação de outro homem, que seria esse dono do Pálio de cor preta.

Também de acordo com a Polícia, a estudante do Mato Grosso teria encontrado com dois homens na noite de domingo (19), um por volta das 20 horas e outro às 22h30. Agora, as autoridades policiais apuram se algum deles teria entrado na casa de Erika. Segundo o promotor Gabriel Segovia, a jovem estava solteira, não tinha um relacionamento, mas segundo a investigação, conhecia ambos os rapazes.

O promotor disse ainda que não é possível afirmar se Erika estava envolvida com algum dos suspeitos atualmente. No país vizinho, quem conduz as investigações é o Ministério Público. Caso o autor seja identificado, é o próprio órgão que oferece denúncia à justiça. Até o momento não há informações sobre os suspeitos, mas o MP solicitou à universidade os nomes dos alunos matriculados no curso de medicina, do primeiro ao terceiro ano.

De acordo com o promotor, a lei do feminicídio foi aprovada parcialmente no Paraguai em dezembro de 2017, e integralmente há poucos meses. O assassinato de Erika, por enquanto, está sendo tratado como homicídio doloso, porque a própria lei estabelece uma série de requisitos para que o crime configure feminicídio, como tempo de convivência e grau de relacionamento.

Erika esteve há duas semanas em Barra do Garças (MT) e Pontal do Araguaia (MT) para passar as férias e retornou ao Paraguai, onde estudava. Ela é filha do Raniel e da ex-secretária municipal do Pontal, Marleide Corte, e prima da vereadora pontalense Fabiana Corte. O corpo será velado em Pontal do Araguaia ainda nesta terça-feira (21) quando chegar de Pedro Juan Caballero, de onde embarcou nesta manhã.