A Polícia do Paraguai capturou, na noite de ontem (20), no Departamento de Guairá, na região de fronteira com o Brasil, o advogado do poderoso narcotraficante Jarvis Chimenes Pavão, que foi extraditado para o Brasil no fim do ano passado, por envolvimento no assalto milionário contra a empresa Carlos Pfannl e que resultou no assassinato do gerente na semana passada. Para a Polícia, a participação do advogado Juan Carlos Quiñónez Díaz, 33 anos, revela a ligação da organização criminosa brasileira Primeiro Comando da Capital (PCC) com o crime.
Além do advogado de Pavão, também foi preso o suposto “cabeça” do assalto à empresa Carlos Pfannl. Trata-se de Derlis Armando Mendez Núñez, 33 anos, natural de Pedro Juan Caballero e filho de um empresário bem conhecido de “fronteira seca”. Os investigadores da Polícia atribuem a ele o papel de líder do grupo criminoso que perpetrou o ataque à empresa na quinta-feira passada e o subsequente assassinato do empresário Wilfrido Metzinger Schebela.
Junto com Méndez Núñez estava o brasileiro Vinícius Lopes, 23 anos. De acordo com os dados, tanto Méndez Núñez, quanto Lopes estavam escondidos em uma região montanhosa da localidade de Independencia, onde o advogado Juan Carlos Quiñónez Díaz tinha ido com a intenção de resgatá-los e leva-los para Pedro Juan Caballero, mas foram impedidos pela Polícia Anti-Seqüestro e Investigações de Guairá.
Na verdade, o advogado e o seu irmão Calixto Quiñónez tinham resgatado o pistoleiro brasileiro Sérgio Lima dos Santos depois que ele matou o então “Rei da Fronteira” Jorge Rafaat em 15 de junho de 2016 em Pedro Juan Caballero. O assalto à empresa foi perpetrado na quinta-feira passado por dez brasileiros e dois ou três paraguaios que sequestraram nas suas residências o gerente Wilfrido Schebela e a caixa Rosana Elizabeth Acosta.
No entanto, o golpe foi descoberto pela Polícia e os criminosos fugiram com dois reféns em uma caminhonete Toyota Hilux de cor branca, que foi atingida por cinco tiros durante confronto com a Polícia. Após o assassinato do gerente, os criminosos continuaram a fuga em um veículo roubado dos policiais.
No local do assassinato, os ladrões deixaram G$ 136 milhões em dinheiro e outra pequena quantia em dólares, euros e reais que tinham sido tomados pelos criminosos na empresa. Por outro lado, ontem foi preso Richard Rafael Gonzalez Ramirez, 23 anos, um taxista que transportou os assaltantes de Salto del Guairá para Coronel Oviedo.
Um dos presos por assalto, Juan Miguel Aguiar Aguilera, disse que no dia 2 de agosto do ano passado, ele e Derlis Armando Mendez Nunez tinham sido presos por policiais do Departamento de Controle de Veículos Automotores da Polícia Nacional em Assunção e transferido para sua base em Lambaré, onde eles supostamente exigiram US$ 25 mil em troca de sua libertação.
A razão para o procedimento foi porque eles estavam supostamente em uma caminhonete Chevrolet S10 de cor branca, que tinha sua documentação “clonada”. Seria o mesmo veículo que foi abandonado no Guairá após o assalto à empresa. A suposta extorsão teria sido aprovada pelo chefe da unidade, Atilio Bazán, e pelo diretor Elizardo Rojas.