Nada como ter receita oriunda dos cofres públicos sobrando, não é mesmo? Só que não, em tempos de vacas magras a Câmara de Vereadores de Campo Grande ignora a situação financeira e gasta R$ 245,5 mil, em 18 meses, com a confecção de medalhas, placas e estatuetas para homenagear alguns campo-grandenses em datas comemorativas de profissões ou em comendas especiais.
Segundo reportagem do jornal Correio do Estado, a média é de R$ 13.639,77 por mês e vale ressaltar que toda semana várias pessoas recebem moção de congratulação pelos serviços prestados à sociedade, durante as sessões ordinárias. Não satisfeitos em entregar um certificado do próprio gabinete, os vereadores têm realizado ao menos um evento solene por mês.
A justificativa da Casa de Leis, conforme a assessoria de imprensa, é de que esta “é a forma de homenagear a população campo-grandense nas mais diversas áreas, além de proporcionar uma maior participação das pessoas no Poder Legislativo”. No entanto, os nobres vereadores esquecem que os recursos para a compra de painel, banner, convites, medalhas, diplomas e cadeiras são do bolso do contribuinte, que, com certeza, gostaria de ver esse recurso aplicado em algo mais útil para toda a sociedade.
Somente nesta semana, foram gastos R$ 7.776,00 para confecção de 54 réplicas em miniatura da imagem do Papa João Paulo II, para sessão solene de outorga do Prêmio Papa João Paulo II. Participam 28 vereadores, com exceção do presidente da Mesa Diretora, João Rocha (PSDB). No ano passado, para entregar as placas de homenagem aos ganhadores do título de cidadãos campo-grandenses, foram investidos R$ 59.400,00.
Outra demanda de 300 placas de homenagem e estojo também exigiu o montante de R$ 44.550,00. Para a confecção de portacertificados para as sessões solenes entre junho e dezembro de 2017, foram disponibilizados R$ 71.440,00. Já para fazer 860 medalhas com estojo de veludo para sessões solenes, a Casa desembolsou R$ 62.350,00.