O ex-militar brasileiro Sérgio Lima dos Santos, assassino confesso do chefe da máfia Jorge Rafaat Toumani, ocupa uma cela vip no pavilhão Tacumbú junto com o traficante Jarvis Chimenes Pavão. O local tem dois quartos, um banheiro e quarto convertido em uma outra sala de reuniões.
O narcotraficante Pavão está preso no presídio de Tacumbú desde dezembro de 2009, após ter sido capturado no departamento de Concepción. Após o pagamento de uma soma substancial em dólares, Pavão e seus guardas, recrutados dentre os prisioneiros de sua confiança, estabeleceram-se no último andar da prisão.
Apesar de mais de uma ocasião as autoridades da prisão terem negado a existência de celas vips em Tacumbú, ontem o novo diretor da prisão, Luis Villagra, confirmou que mais 20 presos, incluindo o assassino Sergio Lima dos Santos, que matou Jorge Rafaat Toumani, foram instalados no mesmo setor. O último foi hospedado no local a pedido do Pavão, que é um dos acusados de ser um dos autores morais do ataque, que ocorreu em 15 de junho, em Pedro Juan Caballero.
Embora as novas autoridades não tenham uma lista de preços, todos sabem que cada um desses presos pagam grandes somas mensalmente para permanecer nestes locais privilegiados,
Poder e luxo
As paredes dos dois quartos, além de sala de reuniões, foram revestidas com fino acabamento em cerâmica e piso italiana, todas as unidades foram equipadas com mobiliário moderno design, TVs de plasma, aparelhos de ar condicionado e até mesmo computadores com acesso Internet. Ele também tinha armários cheios de roupas e calçados, geladeiras cheias de bebidas e alimentos, mais de um armário com medicação.
Segundo a denúncia, 20 guardas vigiam 24 horas por dia o traficante Pavão, incluindo alguns criminosos que foram contratados para proteger o narcotraficante após o crime Toumani Rafaat.
Pavão mantem uma das unidades para fazer reuniões constantes com seus principais assessores, que foram responsáveis pela gestão do seu “negócio”. No mesmo lugar teria sido planejada uma série de incidentes violentos em várias prisões no país para desestabilizar o governo e tentar evitar sua extradição para o Brasil, onde tem três condenações por tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
O novo diretor da prisão Tacumbú, Luis Villagra, respondeu apenas evasivo quando perguntado sobre o setor vip. Ele disse que vai pedir informações e não tem conhecimento de quaisquer irregularidades que estão vindo à luz.
Sobre a questão do sector prisioneiros condicionado ao poder econômico, ele disse que não sabia se algum “subsídio” é pago para estar naquele local. O setor vip tem atualmente 20 prisioneiros de grande poder econômico. Villagra disse que vai analisar a situação de cada um antes de tomar uma decisão.