O casal de brasileiros Paulo Jacques Silveira, 41 anos, e Millena Soares Bandeira, 26 anos, foram eliminados com tiros de metralhadoras russas Kalashnikov, mais conhecidas como AK-47, calibre 7,62 milímetros, e por pistolas calibre 9 milímetros, de acordo com a balística realizada pela Polícia do Paraguai. Ainda segundo as informações da perícia, não se tinha histórico do uso de metralhadoras AK-47 em crimes anteriores no país vizinho.
A confirmação do uso da AK-47 foi possível a partir de comparações feitas com os cartuchos deflagrados recolhidos pela Polícia em outros crimes e arquivados no sistema de perícia do Paraguai para que se possa afirmar ou não a utilização de uma mesma arma em outros ataques ocorridos no território paraguaio.
Agora, os especialistas estão analisando se há impressões digitais para identificar os pistoleiros a partir da análise feitas dentro dos veículos utilizados no crime e que foram abandonados pelos assassinos – uma caminhonete Chevrolet S-10 preta e uma caminhonete Toyota Hilux vermelha, ambas roubadas no Brasil, mas utilizando documentos e chapas de matrícula falsas para entrar no Paraguai.
Os dois veículos foram abandonados após o ataque traiçoeiro ocorrido na segunda-feira (02/01) no Bairro Republicano, em Assunção, capital do Paraguai. Os agentes da Polícia dizem que o ataque foi perpetrado por uma facção criminosa inimiga do grupo comandado pelo narcotraficante brasileiro Jarvis Chimenes Pavão, que atualmente está preso no Grupamento Especializado da Polícia Nacional do Paraguai, em Assunção.
O atentado era para eliminar Paulo Jacques Silveira, que era gerente de Jarvis Pavão e seria o elo entre o narcotraficante e o fugitivo Elton Rumich Leonel da Silva, mais conhecido como Galã. Supostamente, ambos se aliaram em junho do ano passado para matar, em Pedro Juan Caballero, na fronteira com o Brasil, o também traficante e contrabandista de armas e munições Jorge Rafaat Toumani e controlar o tráfico de armas e drogas para o País.
Segundo a Polícia do Paraguai, há uma forte suspeita de que um novo grupo criminoso está tentando assumir o controle do tráfico de drogas e contrabando de armas e munições na fronteira com o Brasil na área do Departamento de Amambay.
Para isso, ainda de acordo com as investigações policiais, a nova facção criminosa tenta enfraquecer a estrutura de Jarvis Pavão e de seus aliados, como Galã, que é um dos líderes do PCC (Primeiro Comando da Capital), na fronteira com o Brasil.