O ex-ministro do Interior do Paraguai e ex-candidato à vice-presidência da República em 2013, Rafael Filizzola, um dos maiores críticos do governo do presidente Horacio Cartes, destaca, em entrevista ao jornal ABC Color, que o crime organizado está obtendo ganhos territoriais no país.
Ele aponta como exemplo a morte de traficante de drogas Jorge Rafaat Toumani no centro de Pedro Juan Caballero, cidade localizada na fronteira seca do Paraguai com o Brasil, nas mãos de um comando de pistoleiros a serviço de outras organizações criminosas.
“Nós temos todos os dias pelo menos um ou dois casos de assassinatos por encomenda. Que se torna o norte do país em um dos mais violentos, não só nas áreas de nível regional, mas de acordo com as normas, tem uma das maiores taxas de homicídio. Alguns anos atrás, estávamos em uma situação crítica, é agora descontrolada”, disse Rafael Filizzola.
“Este governo é o que mais teve recursos na história do Paraguai e também o que tem os piores desempenhos. Quando mais dinheiro é investido, mais o EPP (Exército Popular Paraguaio) e o tráfico de drogas e de armas ficam fortes. Existe uma grande quantidade de dinheiro investido e eu realmente tenho dúvidas de que o dinheiro não chegar onde tem de chegar porque o pessoal reclama da falta de recursos”, acrescentou o ex-ministro.
“Estamos gastando mais, mas temos muito poucos elementos. Depois, há coisas que fazem fronteira com o ridículo quando o ministro diz que os tanques não podem ser usados porque eles estão todos em manutenção, ao mesmo tempo. Ou seja, você não pode usar itens não porque não existem, mas porque há muita burocracia. Isso é ridículo”, concluiu.