Piada do dia: Assembleia vai colocar ponto eletrônico. Presidente, não cabe todo mundo lá

Fazer concurso para 80 vagas quando tem mais de 1000 servidores é no mínimo querer manter a imoralidade e os fantasmas na Assembleia Legislativa.

Agora, depois que estouraram os escândalos do deputado Marquinhos Trad, foi fantasma e teve dois salários, um da Câmara e outro da Assembleia, além da conversa imoral entre Paulo Correa e Felipe Orro, o presidente Junior Mochi saiu com essa.

Colocar ponto eletrônico na casa. Só pode ser piada.

A Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, conforme relação postada no site www.transparencia.al.ms.gov.br, tem 1.094 servidores e, caso todos resolvam aparecer para trabalhar, não caberão no recinto.

Mesmo assim, o presidente da Casa de Leis, Junior Mochi (PMDB), informou hoje que autorizou nesta terça-feira (1/11) a abertura de Processo Licitatório para a aquisição de relógios de ponto eletrônico ou digital para o controle da frequência dos servidores da Casa de Leis.

Seria cômico, se não fosse trágico. Afinal, a Casa tem mais de mil contratados e cita nominalmente cada um. Na prática, os dados apontam que o Legislativo sul-mato-grossense está inchado e custa muito caro.

Em uma conta simples, se dividir o montante do repasse do duodécimo deste ano para a Assembleia Legislativa – R$ 126,6 milhões – entre os 24 parlamentares, teremos anualmente R$ 5,2 milhões por deputado por ano.

Já se distribuir os mais de mil funcionários pelos 24 nobres parlamentares daria 45,58 servidores para cada um. Onde cabem tantos servidores no prédio da Assembleia Legislativa, já que cada gabinete tem em torno de 25 metros quadrados? Essa superlotação – até maior que muitas celas do Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande – não é vista por quem frequenta a Casa de Leis de Mato Grosso do Sul.

Requerimento

A instalação de ponto eletrônico digital biométrico na Casa de Leis foi requerida pelo deputado Paulo Corrêa (PR) durante pronunciamento sobre grampo durante ligação em que pede para o deputado Felipe Orro (PSDB) “fraudar” a folha de ponto dos servidores do seu gabinete. No requerimento, durante fala na tribuna da Casa de Leis, Corrêa afirma que a implantação do sistema é necessária para o perfeito registro de presença dos servidores do Poder Legislativo e que a medida já foi objeto de proposição apresentada por ele em 2012, quando foi primeiro-secretário da Assembleia.

Sobre a sua conversa com Felipe Orro, Paulo Corrêa afirmou que “é lamentável que tenha ocorrido a distorção dos fatos” e admitiu que “usou equivocadamente o termo fictício para dizer que os servidores deveriam assinar o ponto de forma manuscrita”.

Em questão de ordem, o deputado Pedro Kemp (PT) defendeu a abertura de apuração dos fatos pela Corregedoria da Casa de Leis e a implantação do ponto digital para controlar a jornada dos servidores. “Corta-se o salário de quem não registrar a frequência e exonera-se quem não trabalha. Temos que tomar decisões mais firmes para responder aquilo que nos cobram neste momento, dando uma satisfação para a sociedade”, concluiu.

Na sequência, o presidente Junior Mochi procedeu a leitura de Ato da Mesa Diretora solicitando à Corregedoria Legislativa, com base no Regimento Interno, que proceda “a apuração dos fatos noticiados como suposta orientação equivocada quanto à folha de ponto dos servidores do Poder Legislativo”.

Suposta? Como assim cara pálida? Todo mundo ouviu o parlamentar ensinando como “fraudar” a folha de ponto. É, parece que mais uma vez a história vai acabar em pizza.