A Polícia Federal fez um estrago hoje no ninho tucano. Depois de prender o deputado Zé Teixeira (DEM) e focar no governado Reinaldo Azambuja (PSDB) e no conselheiro do Tribunal de Contas, Marcio Monteiro, oriundo dos tucanos, a Operação Vostok chegou até a casa do governador com busca de apreensão.
A operação investiga o suposto pagamento de propina a representantes da cúpula do governo de Mato Grosso do Sul em troca de créditos tributários a empresas.
A PF deixou o apartamento de Azambuja carregando malotes. A operação foi autorizada pelo ministro Félix Fischer do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Cerca de 220 policiais federais cumpriram 41 mandados de busca e apreensão e 14 mandados de prisão temporária, na capital do estado e nos municípios de Aquidauana, Dourados, Maracaju, Guia Lopes de Laguna, além de mandado em Trairão, no Pará. Além dos políticos, pecuaristas locais também estão entre os alvos da operação.
As investigações começaram no início deste ano, a partir de depoimentos de delação premiada de executivos de um frigorífico. Os depoimentos detalharam suposto esquema de empresas com o governo do estado para a obtenção de benefícios fiscais.
Segundo as investigações, somente nos dois primeiros anos da gestão atual no estado, uma empresa frigorífica teria deixado de recolher aos cofres públicos mais de R$ 200 milhões em razão dos acordos de benefícios fiscais concedidos.
As investigações da PF apontam que, do total de créditos tributários concedidos à empresa dos colaboradores, um percentual de até 30% era revertido em proveito da organização criminosa investigada.
Cópias das notas fiscais falsas utilizadas para dissimulação desses pagamentos foram anexadas nas investigações, assim como comprovantes de transferências bancárias.
O nome da operação – Vostok – é uma alusão à estação de pesquisa russa localizada na Antártida, onde já foi registrada uma das menores temperaturas do planeta. O nome faz referência às notas fiscais frias utilizadas para a dissimulação dos pagamentos. Fonte: G1