O pecuarista paraguaio Rodrigo Alvarenga Paredes, 36 anos, que foi preso na última quinta-feira (30) acusado de fazer parte da organização criminosa que despachava cocaína de Mato Grosso do Sul para países da Europa, foi levado para o Presídio de Tacumbú, localizado em Assunção, capital do país vizinho.
Supostamente um criador de gado acima de qualquer suspeita no Paraguai, o narcotraficante Rodrigo Paredes foi preso no âmbito da Operação Hinterland, deflagrada no Brasil e no Paraguai para reprimir o tráfico internacional de cocaína da América do Sul para a Europa.
Segundo a Polícia Federal, a droga vinha de países produtores, como Bolívia e Colômbia, até o Paraguai, de onde seguia até Ponta Porã (MS) e depois até Campo Grande (MS). Da capital sul-mato-grossense, a cocaína era enviada para os portos de Rio Grande (RS) e Itajaí (SC), de onde era despachada em contêineres para países da Europa.
A investigação revelou que a organização enviou ao menos 17 toneladas de cocaína nos últimos anos. O juiz paraguaio Raúl Florentín decidiu que Rodrigo Paredes vai permanecer no Presídio de Tacumbú até a conclusão do pedido de extradição feito pela Justiça do Brasil.
Em depoimento à Justiça do Paraguaio, o narcotraficante negou envolvimento com o crime, alegou ser dono de várias propriedades rurais e rejeitou a possibilidade de extradição sumária. Sua defesa pediu prisão domiciliar, mas o juiz acatou parecer do Ministério Público e decretou a preventiva.
Segundo as polícias brasileira e paraguaia, Rodrigo Paredes é chefe local da organização e seria o responsável em organizar as remessas de droga para os comparsas brasileiros. Além disso, ele ajudava na lavagem de dinheiro do narcotráfico através da venda de gado.
A Senad (Secretaria Nacional Antidrogas), do Paraguai, revelou que Rodrigo Paredes mantinha alto padrão de vida sob a figura de pecuaristas e também de empresário do ramo financeiro. No país vizinho, ele é proprietário de luxuosas fazendas e de veículos de alto valor financeiro.