Para os servidores, nada! Para os empreiteiros, tudo! Marquito imita o irmão e acerta com empresários

A cada dia que passa, a administração do prefeito Marquito Trad dá mais e mais sinais claros de que governa com dois pesos e duas medidas. Enquanto divulga pelos quatro cantos da cidade que não tem recursos para conceder reajuste aos servidores e, principalmente, aos médicos, ele não economiza para renovar os contratos firmados na gestão de seu irmão, o ex-prefeito Nelsinho Trad.

De acordo com levantamento do Blog O Jacaré, uma canetada do atual prefeito garantiu R$ 21,7 milhões às empreiteiras, sendo que três foram contempladas com aumento de R$ 2,1 milhões. O maior valor contempla a Selco Infraestrutura, no valor de R$ 5,348 milhões para a manutenção da estrada vicinal conhecida como Boiadeira. A empresa é contemplada com o 9º termo aditivo ao contrato 75, firmado em 5 de março de 2002, por Nelsinho.

Os donos da empreiteira, que chegou a recorrer à Justiça para receber por valores não pagos pela prefeitura, foram sócios do ex-secretário de Infraestrutura, João Antônio De Marco na Juhá Engeharia por mais de 10 anos, conforme denúncia do MPE (Ministério Público Estadual).

A Mineração Campo Grande, de Michel Issa Filho, teve o contrato 220/2011, de 17 de maio de 2011, renovado pela 8ª vez. Marquito autorizou o acréscimo de R$ 859,2 mil ao valor inicial, elevando o valor de R$ 3,4 milhões para R$ 4,296 milhões. O interessante aqui é que Nelsinho promoveu o mesmo reajuste, de R$ 859 mil há cinco anos, ao firmar o primeiro termo aditivo, em 10 de janeiro de 2012.

Issa Filho faz parte do suposto esquema do ex-secretário Edson Giroto, segundo a investigação do MPE, que registrou o caso na denúncia contra a LD Construções no início deste mês. Ele também teria sido beneficiado pelo esquema montado para desviar dinheiro dos cofres públicos com a operação tapa buraco.

A EBR Engenharia ganhou aumento de R$ 586,3 mil ao contrato 202, de 5 de julho de 2002, com o montante total chegando a R$ 2,931 milhões. A empresa teve o vínculo renovado pela 7ª vez. A Pavitec foi contemplada com o 6º termo aditivo, com acréscimo de R$ 704,7 mil, elevando o contrato 85-A, firmado em 1º de fevereiro de 2011, de R$ 2,818 milhões para R$ 3,523 milhões. A empreiteira pertence à Eva Salmazo, que foi secretária municipal de Receita na gestão de Nelsinho.

Inicialmente, a Prefeitura publicou este mesmo contrato, mas como se fosse da Locapavi, com o mesmo valor. Não vamos considerar o valor até que o caso seja esclarecido pelo município. Aqui surge um absurdo ou que revela a incompetência deste repórter. Os três contratos – Pavitec, EBR e Mineração Campo Grande – não aparecem no Diário Oficial de Campo Grande da época. Não há registros sobre quais os serviços executados pelas três empresas para receber uma fortuna. A EBR Engenharia até mudou de nome neste período, mas não nenhuma menção ao contrato firmado com a sua denominação anterior, que era EBR – Empresa Brasileira de Eletrificação Rural.