Omertà 3: Seis foram presos; um delegado, 2 policiais, funcionários, e buscam agora Fahd Jamil

O Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) está de volta às ruas de Campo Grande (MS) e Ponta Porã (MS) para a 3ª fases da “Operação Omertà”, que combate a ação de grupos de extermínios no Estado. Entre os alvos está o empresário Fahd Jamil Georges, o “Fuad”, em Ponta Porã, enquanto na Capital já prendeu, na manhã desta quinta-feira (18), seis pessoas: Cinthya Name Belli (sobrinha de Jamil Name); Lucimar Calixto e Benevides Candido Pereira  (funcionários da Pantanal Cap, empresa da família Name); um investigador da Polícia Civil; um policial militar que trabalhava como motorista do deputado estadual Jamilson Name; e o delegado Márcio Shiro Obara, ex-titular da DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídios) e atualmente lotado na 2ª DP (Delegacia de Polícia) em Campo Grande.

Segundo informações do site Campo Grande News, em Ponta Porã várias viaturas, incluído Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros) e PRF (Polícia Rodoviária Federal), estão na mansão de Fahd Jamil Georges, em frente ao Estádio Aral Moreira. Os policiais bloquearam a Avenida Baltazar Saldanha e não permitiram a aproximação de veículos de comunicação.

Conhecido como “padrinho da fronteira”, Fahd Jamil é ligado ao empresário campo-grandense Jamil Name, que está preso desde o ano passado acusado de comandar grupo de extermínio na Capital. Em 2005, Fahd Jamil foi condenado a 20 anos de prisão por tráfico internacional de drogas. Ele nunca chegou a ser preso e quatro anos depois a condenação foi anulada pelo TRF (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região, por falta de provas.

Em agosto do ano passado, Fahd Jamil entrou com processo de alteração no registro civil para que o filho, Daniel Alvarez Georges – desaparecido desde 2011 – seja legalmente declarado morto. Daniel foi visto pela última vez no dia 3 de maio de 2011, em Campo Grande. Investigação policial revelou que ele foi assassinado, mas o corpo nunca foi encontrado.

Em Campo Grande, a força-tarefa conta com apoio das Corregedorias da PM e a Polícia Civil, do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais), Batalhão de Choque e do Garras. O corregedor-geral da Polícia Civil, Márcio Custódio, não informou quem são os alvos na corporação, se policiais ou delegados. Disse somente que as “equipes estão em campo” e “diligências em andamento”.

O delegado-geral Marcelo Vargas disse somente que vai se manifestar por meio de nota depois que todos os mandados forem cumpridos. O Campo Grande News tentou contato com Obara, mas o celular dele está desligado, evidência de que realmente está preso. O Gaeco não divulga detalhes e nem a quantidade de mandados, mas há alvos na Capital e no interior.