Operação Codicia: vereador e policial civil escoltaram traficante em carro roubado. É brincadeira?

Relatório do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) no âmbito da “Operação Codicia”, que foi deflagrada no dia 25 de abril deste ano, detalha bem como agiam os policiais civis que transformaram a 2ª Delegacia de Polícia Civil de Ponta Porã em um verdadeiro “balcão de negócios” com os grupos criminosos da fronteira com o Paraguai.

Segundo reportagem do site Campo Grande News, durante quase um ano os policiais civis da ativa e aposentados, suspeitos de ligação com o tráfico de drogas, e até políticos foram monitorados com escutas telefônicas e quebra de sigilo bancário autorizadas pela Justiça.

Além da corrupção e até crime de tráfico de drogas envolvendo integrantes da Polícia Civil, a investigação revelou a estreita relação entre o suposto traficante João Batista Olmedo Júnior, 39 anos, e os policiais civis aposentados Ronaldo Medina, 67 anos, e Marcos Bello Benites, o “Marquinhos”, atual vereador em Ponta Porã.

João Batista Olmedo é um dos nove investigados que está preso há 11 dias, enquanto Ronaldo Medina e o vereador foram alvos de mandados de busca no dia da operação. O Gaeco chegou a solicitar a prisão temporária de Ronaldo Medina, mas o pedido foi negado pela Justiça.

Enquanto monitorava os alvos da operação, os investigadores do Gaeco descobriram que no dia 27 de setembro do ano passado, Ronaldo Medina e o vereador Marcos Bello escoltaram João Batista Olmedo em viagem a Campo Grande, sendo que Ronaldo Medina conduziu o carro, um Ford Ka sedan branco, que era roubado.

Imagens captadas pelos investigadores mostram o veículo indo buscar João Batista Olmedo os três entrando no veículo em outro ponto da viagem. Três dias depois, Ronaldo Medina foi preso pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) na BR-463 conduzindo o carro roubado. Ele voltava para a cidade trazendo como passageira a irmã de João Batista Olmedo.

O Gaeco não conseguiu descobrir se o narcotraficante e o vereador permaneceram em Campo Grande ou se voltaram em outro veículo. O Ford Ka tinha sido roubado em Belo Horizonte (MG) e usava placa falsa. Medina alegou desconhecer a procedência ilícita do veículo e disse ter recebido o bem como pagamento de uma dívida.

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