Oficial da PM revela que tenente-coronel encontrado morto com tiro na cabeça tinha depressão

O comandante do 9º BPM (Batalhão de Polícia Militar), tenente-coronel PM José Carlos Rodrigues, informou, nesta segunda-feira (01), que o colega de farda encontrado morto com um tiro na cabeça nesta manhã no condomínio onde morava em Campo Grande (MS), tenente-coronel Oeliton Santana de Figueiredo, de 44 anos, tinha de pressão. O oficial da PM estava com a própria arma em uma das mãos e, devido ao histórico de depressão, a hipótese para a morte é de que ele tenha cometido suicídio.

“Lastimável o que aconteceu com o nosso amigo tenente-coronel PM Oeliton Santana de Figueiredo. Ele passava por uma depressão profunda por problemas familiares. O Comando da PM já tinha internado ele em uma clínica, mas ele não quis ficar e recusou tratamento. Essa situação já vinha se arrastando há algum tempo, infelizmente hoje ele ceifou a própria vida”, declarou o tenente-coronel PM José Carlos Rodrigues.

Ele completa que o Comando da PM já tinha dado todo o apoio ao tenente-coronel Oeliton Santana de Figueiredo. “Ele foi retirado da rua e colocado em uma sessão administrativa, mas o problema era na cabeça dele e quando isso acontece a pessoa tem de procurar tratamento, mas infelizmente teve essa tragédia e só temos a lamentar. Que Deus nos proteja e nos livre desse mal que é a depressão”, ressaltou.

A morte

O tenente-coronel PM Oeliton Santana de Figueiredo chegou ao condomínio onde morava, desceu do carro, levou saco de lixo até os contêineres, passou pela guarita de entrada e, minutos depois, o barulho do disparo foi ouvido, do lado externo do imóvel. O corpo dele foi encontrado por um motorista de aplicativo que passava pelo local, no Bairro São Francisco, e viu o policial caído.

A partir daí, Polícia e equipes de socorro foram acionados, resgatando o corpo a pouco mais de 10 metros do condomínio. O tenente-coronel passava por problemas com depressão, principalmente após o falecimento do pai e que estaria em processo de separação. Ele era filho do sargento reformado da PM Ilson Martins Figueiredo, executado a tiros de fuzil AK 47 no dia 11 de junho do ano passado, na Avenida Guaicurus, aos 64 anos.

Também chegou a ser investigado no processo que envolvia fraude processual durante ocorrência envolvendo o policial rodoviário Ricardo HyunSuMoon, no dia 31 de dezembro de 2016, que resultou na morte de Adriano Correia do Nascimento e duas pessoas baleadas. Em junho do ano passado, o oficial e mais dois PMs foram inocentados.

Desde março, o tenente atuava como como assessor no Estado Maior da PM, no comando da corporação. A morte comoveu colegas. A ACS (Associação e Centro Social dos Policiais Militares e Bombeiros Militares de Mato Grosso do Sul) divulgou nota em que lamenta profundamente a perda.