O mito tombou! Decisão da Justiça dói no bolso e coloca futuro político de Puccinelli em decadência

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Puccinelli saindo da Agepen com a tornozeleira

Do remoto tempo em que figurava como secretário de Saúde do Estado de 1983 a 1985, até o ápice quando ocupou duas vezes a prefeitura da Capital e o Governo do Estado, o dia de hoje é histórico na vida política e pessoal de italiano Andrea Puccinelli.

Depois de ser argolado na maior operação contra a corrupção de MS capitaneada pela Polícia Federal, a Lama Asfáltica, o golpe duro veio com a acusação de ser um dos líderes de uma quadrilha montada para saquear os cofres públicos.

Junto a isso, a imposição da tornozeleira eletrônica e de uma fiança de R$1 milhão, que aliás deve ser paga em 48 horas, o ex-governador agora começa a sentir o amargor do rigor da lei, do abandono de ex-aliados e da decadência política.

É certo que dizem que Puccinelli é um homem rico monetariamente, e não precisaria mais de dinheiro para sobreviver e sustentar suas gerações futuras, mas sua sede de poder impregnada em seu dna italiano sempre foi maior do que se possa imaginar.

Na prefeitura da Capital de 2007 a 2014 ensinou como fazer caixa. Vale lembrar que sua vitória sob o petista Zeca do PT por 411 votos em 2006 foi colocada sob suspeita de compra de votos por muito tempo.

O sábio Puccinelli, sempre galgado em pesquisas internas, soube movimentar o tabuleiro de xadrez político e conseguiu até colocar no bolso a força do PT, quando se tornou governador em xxxxxx.

Deixando a Capital como um tocador de obras e vários totens para serem superados pelo seu sucessor e sócio em muitos negócios, Nelson Trad, Puccinelli assume o Governo para matar a fome política.

Comandou o Estado com mão de ferro. Nada que era feito no Parque dos Poderes passou incólume aos seus olhos e ouvidos. Todo ato era minuciosamente manuseado e autorizado por ele, dos menores aos maiores empenhos.

Sempre timbrado de autoritário e “chiliquento” chegando a gritar com secretários e assessores um público, o “italiano” como é apelidado se julgou acima de tudo e de todos.

Não é à toa que sempre entrou e saiu do Tribunal de Justiça e do Ministério Público Estadual a hora que quis, mesmo depois de ter deixado o cargo em 2013 e mais recentemente chegou a fazer visitas noturnas nesses órgãos, mostrando sua total ascensão sobre os Poderes.

Se achava intocável e passeou junto ao episódio Ari Rigo, quando de forma explícita o ex-deputado contou em 2010 como era a distribuição de dinheiro de sobras de repasses para a Assembleia, TJ, MPE e outros, como se não fosse por ele. Estava tudo dominado e sequer o caso foi encarado como crime e sequer o Ministério Público abriu algum tipo de procedimento sobre o caso, apesar do descalabro que foi a gravação das graves revelações do incauto Rigo.

No âmbito estadual, Puccinelli surfou, cortejou, cercou e calou às autoridades.

Quando o ato sobe para a esfera federal o “capô” não estava imunizado.

Chegou a ir depor na PF há 10 meses depois que seus comparsas, João Amorim e Edson Giroto já eram “sócios” da Polícia Federal, sendo presos e libertados com bens, empresas e residências devassados.

A demora da polícia em pegar a presa está ligada na minuciosidade da análise de documentos, computadores, escutas telefônicas e cruzamentos de dados.

Mas chegaram nele.

Vale lembrar que dentro da operação Lama Asfáltica há um vídeo dos policiais que monitoravam o ex-governador mostrando ele ir despachar pessoalmente na Secretaria de Obras.

Era ele, segundo a PF, que ditava todo o esquema montado e que vem emergindo a cada etapa da operação.

Hoje, Puccinelli que tinha ainda uma vela acesa para a política acabou de ser apagada. Muita gente acreditava que o ex-governador, que passou, inclusive, a visitar cidades do interior do Estado, poderia criar um bloco político forte para encarar o atual, Reinaldo Azambuja, no embate pela governadoria no ano vem.

Não mais, Puccinelli se afundou na lama e levou para o mesmo chiqueiro seus asseclas e parte da família.

Maneado pela tornozeleira eletrônica, o todo poderoso desce ao mais raso posto dos investigados pela polícia e justiça, assim como o homem que não paga pensão alimentícia também a usa.

Para quem se achava acima de tudo e todos, o dia 11 de maio de 2017 ficará marcado para sempre.

Ou alguém duvida?

Quem viver, verás!!!