O cerco vai se fechando! Depois de Mateus, Name e o filho viram réus agora no caso do “playboy”

Após se tornar réu pela execução do acadêmico de Direito Matheus Coutinho Xavier, filho do capitão PM reformado Paulo Roberto Teixeira Xavier, o empresário Jamil Name, 83 anos, agora também é réu pela execução de Marcel Costa Hernandes Colombo, o “Playboy da Mansão”, 31 anos, ocorrida em um bar no dia 18 de outubro de 2018. O juiz Aluizio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, aceitou a denúncia contra ele e também contra o filho dele, Jamil Name Filho, 42 anos, mais conhecido como “Jamilzinho”, e o policial federal Everaldo Monteiro de Assis.

Conforme a denúncia do promotor de Justiça Douglas Oldegardo Carvalho dos Santos, o motivo do assassinato foi torpe, vingança. Jamilzinho teria levado um soco do Playboy da Mansão em uma boate de Campo Grande. Após o desentendimento, o empresário teria pedido desculpas, que nunca foram aceitas pelo réu.

“Na data do crime, atendendo às determinações dos mandantes e abastecido de informações fornecidas pelos intermediários, JUANIL MIRANDA LIMA, equipado com uma pistola calibre .9mm, se dirigiu ao local a bordo de uma motocicleta, chegando ao bar por volta da 00h10min de 18 de outubro, oportunidade em que rapidamente desceu da motocicleta, aproximou-se da vítima, que estava de costas para ele, e efetuou diversos disparos, matando MARCEL COSTA HERNANDES COLOMBOe, por erro na execução do delito, lesionando T. do N. B.”, destacou o promotor.

O policial federal Everaldo Monteiro de Assis, o guarda municipal Marcelo Rios e o guarda aposentado José Moreira Freires, viraram réus por terem intermediado o crime. Zezinho só não participou da execução porque estava usando tornozeleira eletrônica por determinação da Justiça. Ele tinha sido condenado a 18 anos de prisão pelo assassinato do delegado Paulo Magalhães, em 25 de junho de 2013. O Tribunal de Justiça reduziu a pena para 15 anos.

Já o guarda municipal Rafael Antunes Vieira virou réu porque teria escondido a pistola .9 milímetros, usada na execução de Colombo. “Embora tênues, no presente momento deve-se contentar com elementos mínimos para recebê-la porque a fase posterior é reservada também à produção de provas destinadas a não somente a ratificá-los, mais que isso conforme as circunstancias robustecê-los para que tomem verdadeira cor de suficientes conforme exige o art. 413 do CPP2 como justa causa indispensável para evolução à fases posteriores em relação a um, alguns ou todos”, pontou o juiz Aluizio Pereira dos Santos em despacho publicado no dia 10 deste mês.

“Assim, recebo a denúncia (f. 1207-17) contra JAMILNAME, JAMIL NAME FILHO, JOSÉ MOREIRA FREIRES, JUANIL MIRANDALIMA, MARCELO RIOS, EVERALDO MONTEIRO DE ASSIS e RAFAELANTUNES VIEIRA”, concluiu. O Garras ainda apura a participação dos integrantes do suposto grupo de extermínio, presos desde 27 de setembro do ano passado na “Operação Omertà”, em outros assassinatos, como o delegado Paulo Magalhães.

Filho do capitão

O juiz Aluizio Pereira dos Santos também aceitou denúncia contra Jamil Name, que se tornou réu pela execução do estudante de Direito Matheus Coutinho Xavier, filho do capitão PM reformado Paulo Roberto Teixeira Xavier. Além de Name, também foi aceita denúncia contra Jamil Name Filho, o policial civil aposentado Vladenilson Daniel Olmedo, o guarda Municipal Marcelo Rios, o hacker Eurico dos Santos Mota e dos pistoleiros José Moreira Freires e Juanil Miranda Lima, todos acusados de integrarem organização criminosa envolvida em crimes de pistolagem e milícia armada.

Advogados dos réus tem o prazo de dez dias para apresentar defesa preliminar. Audiências para depoimento de testemunhas foi designada para os dias 2 e 3 de março de 2020. Todos os acusados tiveram prisão preventiva por este crime decretada no dia 27 de novembro. Conforme disse o juiz na decisão, a milícia é estruturada com divisão de tarefas e, desde o início do grupo, em junho de 2018, os integrantes começaram a praticar crimes de homicídio, entre eles o de Matheus, ocorrido em 9 de abril deste ano, no Jardim Bela Vista, em Campo Grande.

Durante as investigações, Polícia Civil afirma que ficou demonstrado que todos os acusados planejaram a morte do policial militar, mas por erro de execução, acabaram matando o filho dele por engano. Jamil Name e o filho são apontados como mandantes do crime e teriam determinado que Marcelo Rios contratasse os pistoleiros, José e Juvanil, para a execução. Rios e Vladenilson também forneceram veículos e armamento para o homicídio, enquanto o hacker ajudou na localização do endereço atualizado da vítima.

O crime ocorreu no dia 9 de abril deste ano. Matheus deixava a garagem da casa onde morava, em uma caminhonete S10, que pertencia ao pai dele, quando dois homens se aproximaram em um veículo e já desceram atirando. A vítima foi atingida ao menos sete vezes por um fuzil calibre ponto 762, de acordo com o apontado pela perícia. Os bandidos fugiram após os disparos.

Quanto aos outros crimes que também teriam sido cometidos pela organização criminosa, das vítimas Ilson Martins Figueiredo, Orlando da Silva Fernandes e Cláudio da Silva Simeão, juiz afirma que “tais fatos não mostram nenhuma conexão ou continência” com o de Matheus e caso outras representações forem formuladas em face dos investigados e da organização criminosa, autoridades policiais deverão apresentar novas representações. Com informações do site O Jacaré