Nos três primeiros meses deste ano, a intervenção policial já resultou em 27 mortes no Estado

Levantamento realizado pela Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública) revela que, de 1º de janeiro a 1º de abril deste ano, já foram registradas 27 mortes durante intervenção policial em Mato Grosso do Sul.

 

O número já é superior ao registrado em todo o ano de 2020, quando foram 27 casos, e também na comparação com o mesmo período de 2021 e 2022, quando foram 11 mortes em 2021 e 7 em 2022.

 

Apesar do número alto, A Polícia Militar de Mato Grosso do Sul explica que o que tem aumentado são os crimes violentos como homicídio e feminicídio. Já as mortes por intervenção policial têm ocorrido principalmente porque as “vítimas” estão mais ‘atrevidas’ e investindo contra a polícia ao serem abordados.

 

Conforme a PM, de forma intuitiva, isso ocorre principalmente em relação àqueles que apresentam uma maior periculosidade, em outros casos até o clima interfere, como por exemplo, vamos entrar em uma parte mais fria do ano, é comum haver uma diminuição na quantidade de ocorrências em geral.

 

A PM lembrou que a morte não é desejada, sendo que ela só ocorre porque o policial militar, para se proteger, reage à agressão sofrida e, na técnica policial, não tem a questão de atirar em determinado lugar do corpo.

 

Ainda segundo a PM, em todos os casos, incluindo os que não resultam em óbitos, é aberto inquérito policial militar para apurar a conduta dos policiais militares e os inquéritos são submetidos à apreciação das autoridades judiciárias.

 

No início do mês de fevereiro, um rapaz envolvido em uma tentativa de homicídio morreu após trocar tiros com a PM no Jardim Centro Oeste, em Campo Grande.

 

Na madrugada daquele mesmo dia, ocorreu uma tentativa de homicídio em que o alvo dos atiradores estava na Vila Nhanhá. A dupla que estava em uma motocicleta atirou cerca de 13 vezes contra o portão da casa para cometer o crime contra o alvo, o motivo seria desavença de drogas.

 

Eles fugiram e o irmão da vítima indicou para os policiais onde os atiradores poderiam estar. Antes das diligências na região do Centro-Oeste, os policiais prenderam um rapaz que usava tornozeleira eletrônica e que teria envolvimento no atentado.

 

Ao chegarem ao local, os policiais foram recebidos a tiros por um dos autores. Os militares revidaram e o homem foi ferido, sendo socorrido para uma unidade de saúde, onde morreu.

 

Ainda em fevereiro, outro criminoso morreu em confronto com a polícia. Ele era suspeito de roubar uma motocicleta. Dois homens teriam realizado um pedido para ser entregue na Rua São Paulo, região do São Francisco.

 

No local, o entregador e proprietário do comércio onde o pedido foi realizado acabou abordado pelos assaltantes. Eles teriam apontado uma arma para a vítima e anunciado o assalto.

 

Além da motocicleta, eles levaram alguns produtos como bolacha, celular e também R$ 150,00 em dinheiro. Horas após o crime, a equipe do Choque encontrou a dupla. Um dos assaltantes estava com uma pistola e atirou contra os policiais, que revidaram e o assaltante acabou vindo a óbito.