Nem Capitão lá, nem Capitão cá; Bolsonaro e Contar fracassam nas urnas. Deu Lula e Riedel!

Com o slogan de campanha eleitoral “Capitão lá, Capitão cá”, o deputado estadual Capitão Contar (PRTB) não conseguiu ser eleito governador de Mato Grosso do Sul, sendo derrotado pelo ex-secretário estadual de Infraestrutura, Eduardo Riedel (PSDB), e, para piorar, viu ainda o seu principal aliado, o presidente da República, Jair Messias Bolsonaro (PL), também perder a eleição para o petista Luiz Inácio Lula da Silva em nível nacional.

A derrota de ambos foi tão traumatizante para o Capitão Contar, que ele até desistiu de agradecer pessoalmente os seus apoiadores no “QG do Capitão”, como foi chamado o seu comitê eleitoral nos altos da Avenida Afonso Pena. Ele preferiu publicar um vídeo em suas redes sociais, agradecendo a todos que fizeram parte da campanha. “Fizemos juntos uma campanha linda, limpa, voluntária e repleta de esperança”, ressaltou o candidato derrotado.

Ele também lamentou a derrota do presidente Jair Bolsonaro. “Meu coração também sofre, pois não consigo aceitar que perdemos o nosso Capitão de lá, onde o nosso Brasil vai parar gente?”, questiona o deputado estadual. “É hora de recalcular a rota e continuar seguindo nossos objetivos e propósitos, por isso eu te peço que não desista do Brasil, não desista dos nossos valores, não desista de você”, pediu o Capitão aos eleitores.

Lula lá

Assim como o principal aliado fez em Campo Grande, Jair Bolsonaro fez em Brasília (DF), tomou um chá de sumiço após o resultado oficial da eleição, que deu vitória a Luiz Inácio Lula da Silva. Recolheu-se ao Palácio do Planalto e, diferentemente de Contar, não teve a hombridade de gravar nenhum vídeo para agradecer aos milhões de votos que recebeu e nem quis falar com a imprensa.

Por outro lado, Lula fez seu primeiro pronunciamento logo após o término da apuração dos votos e Simone Tebet (MDB) foi o primeiro nome a ser citado por ele em seu discurso. Ele agradeceu o apoio da ex-candidata à Presidência da República pelo MDB e, ao citar o nome dela, foi aplaudido. A mensagem principal de Lula foi em prol da união do povo brasileiro e o fim das discórdias.

Em seguida, ele agradeceu a Deus, destacando que “Deus foi muito generoso” com ele. Segundo Lula, sua campanha não enfrentou um candidato político, mas “a máquina do Estado sendo usada a favor do candidato da situação”, e disse que se sente uma pessoa que viveu um processo de ressurreição política.

Depois o presidente eleito começou a leitura de uma carta destinada ao povo brasileiro. No início do texto, Lula destacou que foram apresentados ao Brasil dois projetos opostos de governo e sua vitória representa “a vitória de um imenso movimento democrático”. Citando a retomada do crescimento da economia, o enfrentamento a preconceitos, racismo e discriminações, Lula estabeleceu um compromisso com a paz, a democracia e a geração de oportunidades.

“Vou governar para os 215 milhões de brasileiros, e não apenas aqueles que votaram em mim. Não existem dois Brasis, somos um único país, um único povo, uma grande nação. É hora de baixar as armas”, afirmou o presidente eleito. O candidato aprovado também reafirmou seu compromisso com o combate à fome, classificando-o como o “mais urgente”. “Se somos o terceiro maior produtor de alimentos, temos o dever de alimentar nosso povo”, declarou. Lula também prometeu retomar o programa Minha Casa, Minha Vida e restabelecer o diálogo.