A liberação da Justiça Eleitoral para doações online (crowdfundig) de dinheiro para os candidatos, conhecidas popularmente como “vaquinhas online”, não empolgou os eleitores que até agora não meteram a mão no bolso para bancar as candidaturas deste ano. Para se ter uma ideia, os candidatos ao Governo do Estado receberam juntos, em doações, cerca de R$ 11.416,00, conforme valor foi apurado na segunda-feira (3).
O primeiro na lista de recolhimento é o petista, Humberto Amaducci, que até o momento soma R$ 5.678,00 em doações online. Logo depois, na segunda posição, vem o juiz federal aposentado Odilon de Oliveira (PDT) com R$ 3.804,00 em doações. O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) aparece em terceiro com apenas uma doação no valor de R$ 1.064,00, feita via cartão de crédito.
João Alfredo (PSOL) também recebeu doação no valor de R$ 870,00, via depósito, cartão de crédito e boleto bancário, enquanto o candidato Marcelo Bluma (PV) ainda não adotou essa modalidade de doações e o presidente da Assembleia Legislativa, Junior Mochi (MDB), preferiu não adotar a vaquinha online em sua campanha.
Candidatos ao Senado
Entre os candidatos ao Senado Federal, o ex-prefeito de Campo Grande, Nelsinho Trad, foi o que mais recebeu doação em dinheiro até o momento: R$ 10 mil. O senador e candidato à reeleição Waldemir Moka contabiliza R$ 5 mil de doações, enquanto o candidato Thiago Freitas recebeu R$ 2.564,00.
Já a campanha via Internet do candidato a senador e procurador de Justiça Sérgio Harfouche patinou bastante e, no fim, ainda não saiu do lugar. De acordo com o site “Doação Legal”, que está hospedando a “Vakinha Virtual”, a arrecadação do candidato parou mesmo nos R$ 5.974,10 no período de 15 de maio até 4 de setembro, ou seja, quase quatro meses, o que representa uma média de R$ 1,4 mil por mês, sendo que a campanha acaba no próximo dia 7 de outubro.
Para se ter uma ideia, os maiores doadores são quatro pessoas e elas não doaram mais do que R$ 1 mil, com destaque para Danilson Ribeiro Charro, que doou R$ 1.064,10 por cartão de crédito no dia 16 de agosto. Os outros três – Evelyn Pierezan Charro, Aroldo Ferreira Corrêa Júnior e Paulo Rodrigues – doaram R$ 1 mil cada, enquanto os outros 15 doadores ficaram em valores que variam de R$ 20,00 a R$ 200,00, quantias bem pequenas para impulsionar uma candidatura, ainda mais ao Senado.
Na prática, o maior culpado para a baixa arrecadação via “Vakinha Virtual” é do próprio Sergio Harfouche, pois a sua indefinição e oportunismo, que, ao entrar na política, anunciou que seria candidato ao Senado, depois quase foi candidato a vice-governador na chapa do MDB, porém, com a desistência da senadora Simone Tebet, foi cogitado ser candidato a governador e, por último, voltou atrás e agora encara a candidatura ao Senado novamente, lhe rendeu o descrédito no meio político.
Esse verdadeiro “pula-pula” de candidatura esfriou de vez a arrecadação de recursos e os apoiadores literalmente sumiram, deixando bem distante o sonho do procurador de Justiça licenciado de ser senador da República pela primeira vez. Com a crise moral e ética entre os políticos, pessoas como Sergio Harfouche, que sempre esteve ligado ao setor, acreditam que possam, como um passe de mágica, se tornar um representante do povo.
Não se pode negar o trabalho como promotor e procurado. Um dos destaques, mesmo causando polêmicas, foi a ideia de educação escolar com as medidas do “sujou, limpou, estragou, consertou”, que acabou despertando a atenção da sociedade e da mídia. Devemos lembrar ainda que muitos candidatos usam eleições estaduais para conseguirem projeções em busca das eleições municipais.
Fato é que Harfouche entrou na política no melhor e bom estilo das “raposas velhas”, que sempre dominaram o poder e levaram o Estado as imensas dificuldades que enfrentamos. A velha política não vai prevalecer e, pelo volume de arrecadação via “Vakinha Virtual”, isso é uma certeza, pelo menos para Sérgio Harfouche.