O diretor de fiscalização e auditoria contábil da Agereg (Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos), José Corsine da Silva, revelou, durante depoimento à CPI do Ônibus, as movimentações financeiras anormais do Consórcio Guaicurus.
Em 21 de maio, o ex-diretor da Agência, Odilon de Oliveira Júnior, afirmou que as empresas repassaram valor milionário para empreendimentos fora do grupo Guaicurus e o diretor contábil confirmou a informação.
“É uma movimentação atípica, só pelo balanço do Consórcio não conseguimos identificar, nós não conseguimos. Tanto que nós identificamos pelos balancetes. No dia 23 de maio de 2019, nós solicitamos ao Consórcio os balanços do ano de 2018”, explicou José Corsine.
Conforme ele, foram R$ 31,7 milhões em repasses anormais. “Eu identifiquei essas movimentações atípicas como ‘Cidade’, R$ 23,592 milhões, e ‘Campo Grande’, R$ 8 milhões”, detalhou.
Conforme o diretor contábil, a apuração sobre a movimentação atípica segue ativa. “Esse daqui ainda é um procedimento que não foi finalizado, diante da complexidade dele”, falou.
Com a constatação, o Consórcio pediu prorrogação do prazo. “Em resposta, ele nos encaminhou a seguinte carta, prorrogação de prazo. Concedemos. Responderam agora, os investimentos decorrentes da transferência da Viação São Francisco para Viação Cidade Morena”, pontuou.
Neste sentido, apontou que as transferências ocorreram em 2016. “Semana passada foi entregue na Agência o termo de anuência prévia, identificado também que lá em 2016 tem processo regulatório, instaurado em 15 de setembro de 2015, pedindo esse trâmite”, informou.
Ademais, pontuou que o documento trata de transferência de cotas. “Não é cidade dos Ipês, a anuência foi para fazer cisão parcial da São Francisco, o que deu a entender foi que a São Francisco não tinha mais interesse em participar da Concessão”.
“Então, transferiu parte das cotas acionárias para a Viação Campo Grande e a Viação Cidade dos Ipês”, explicou aos vereadores. “Porém, no balanço da Viação Campo Grande e na Viação Cidades dos Ipês foi identificado esses investimentos de alto valor”.
Ademais, destacou que as transferências não poderiam ser um ‘erro’. “Por isso que a gente começou a fazer esse procedimento de análise, ninguém vai fazer um erro de R$ 32 milhões de reais”, disse.