Nem a pandemia mundial do novo coronavírus (Covid-19), que obrigou o fechamento da fronteira do Paraguai com Mato Grosso do Sul, impediu o aumento da quantidade de maconha apreendida no Estado pela PRF (Polícia Rodoviária Federal). Em 10 meses, a PRF já apreendeu em Mato Grosso do Sul 313,2 toneladas da droga, que causam um prejuízo de R$ 300 milhões aos narcotraficantes que atuam na região.
Das 300 toneladas aprendidas de 1º de janeiro até 15 de outubro deste ano, data que coincidentemente marca a abertura oficial das fronteiras, 230 toneladas foram apreendidas por agentes que atuam nas delegacias de Dourados, Naviraí e Guia Lopes. Algumas delas também contaram com a participação da PF (Polícia Federal).
No mesmo período do ano passado, a PRF apreendeu 119,5 toneladas da droga, contra 152,7 toneladas em 2018. A última apreensão que havia superado as 200 toneladas, até então, tinha acontecido em 2017, quando naquele ano, foram apreendidas 204,2 toneladas.
Segundo o inspetor Waldir Brasil, chefe da delegacia da PRF de Dourados, os números expressivos em plena pandemia, podem ser explicados também pelo aumento da área de plantação no Paraguai e também pela expansão do crime organizado na fronteira.
Somente em maio, uma operação em conjunto da Polícia Federal de Ponta Porã e da delegacia da PRF de Dourados realizou a maior apreensão de maconha do Brasil em todos os tempos. O recorde foi quebrado em agosto deste ano pelo DOF (Departamento de Operações da Fronteira), quando foram interceptadas 33,3 toneladas.
São 28 toneladas da droga que estavam sendo levadas para a cidade de São Leopoldo no Rio Grande do Sul. A apreensão aconteceu na rodovia MS 295 entre os municípios de Iguatemi e Tacuru na fronteira com o Paraguai de onde saiu a maconha.
Outro aspecto que ficou evidente durante as apreensões, foi a capacidade criativa dos traficantes para tentar burlar as barreiras e o trabalho de investigação e o uso de embalagens com personagens de desenhos animados como, como Popeye e Incrível Hulk.
Das 300 toneladas de maconha barradas pela PRF, que dariam para encher 11 carretas, algumas estavam escondidas em caminhões tanques e outras misturadas com cargas de milho, soja, sementes de girassol e até aveia.
De olho no dinheiro fácil, os traficantes usaram até uma ambulância, que foi flagrada na semana passada com 1,5 toneladas de maconha. O veículo que saiu de Ponta Porã e estava seguindo para Três Lagoas, transitava com iluminação intermitente acesa e sirene ligada.