Mourão critica e quer rever ato, mas Bolsonaro afrouxa e decide manter “boquinha” de Marun

O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, foi o porta-voz nessa quarta-feira para anunciar a permanência do ex-ministro Carlos Marun para o conselho de Itaipu. Ele explicou que o presidente Jair Bolsonaro refletiu sobre a decisão e preferiu respeitar a decisão do presidente Temer.

Onyx disse que levou a discussão a Bolsonaro nesta quarta-feira.

A nomeação de Marun foi alvo de críticas de integrantes do governo, como o vice-presidente, general Hamilton Mourão, que defendeu a discussão do assunto na reunião ministerial prevista para esta quinta-feira.

Sobre as críticas de Mourão ao ato de Temer, chamando-o de “não ético”, Onyx desconversou:

“O presidente tomou a decisão.”

MOURÃO

O vice-presidente, Hamilton Mourão, classificou como um “prêmio” de Michel Temer a Carlos Marun a nomeação do ex-ministro emedebista para Itaipu Nacional. Na avaliação do vice, “não é ilegal, mas não foi ética”.

Mourão disse que, na reunião ministerial desta quinta-feira (3), o assunto pode ser discutido. Ele defende que o ato seja revisto. O presidente Jair Bolsonaro já disse que vai passar um pente-fino nas decisões do antecessor.

“Pode não ser ilegal, mas não foi ética. Todo mundo sabe que o ex-presidente fez isso como prêmio. Depende (a anulação do ato ou não) do presidente, amanhã na reunião ministerial pode ser um tema, Onyx ficou de levar o que precisa ser feito”, disse Mourão. Ele diz que vai argumentar pela anulação do ato.

Nesta quarta-feira (2), Carlos Marun entregou o cargo na Secretaria de Governo ao seu sucessor, general Carlos Alberto dos Santos Cruz.

Durante solenidade de transmissão de cargo no Palácio do Planalto, Marun elogiou a gestão de Michel Temer. Disse que o emedebista aprendeu a navegar na “tempestade” e ressaltou que a gestão que se encerrou recuperou o país.