Matador de policiais pode ser do PCC e estaria envolvido em roubos em casas de luxo

As execuções sumárias dos policiais civis Antônio Marcos Roque da Silva, 39 anos, e Jorge Silva dos Santos, 50 anos, ocorridas na terça-feira (9), na esquina das ruas Joaquim Murtinho e Chaad Scaff, no centro de Campo Grande (MS), pelas mãos do vigilante Ozeias Silveira de Morais, 44 anos, que acabou sendo localizado e morto durante troca de tiros com a Polícia Civil, ainda está sendo investigada.

Segundo informações apuradas pelo Blog do Nélio, Ozeias de Morais, que deu dois tiros nas nucas dos dois policiais civis quando era transportado no banco de trás de um Fiat Mobi utilizado como viatura descaracterizada na investigação de um roubo de joias ocorrido no dia 21 de maio deste ano, teria ligação com a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).

O autor das duas execuções estava sem algemas em razão de ser apenas uma testemunha no roubo das joias, apesar de ser um dos principais suspeitos do crime. Ele teria sacado o revólver que trazia escondido consigo e tirou nos dois agentes da Polícia Civil, que morreram praticamente na hora.

No carro descaracterizado, ainda estava o preso Willian Dias Duarte Cormelato, que teria participação no roubo de joias. Ele teria apontado a participação de Ozeias de Morais no crime para os dois policiais, mas não tinham elementos suficientes para comprovar que o vigilante estava envolvido no roubo e, por isso, estava sem algemas.

Após o crime, Ozeias de Morais obrigou uma mulher em um Honda HRV a levá-lo até a Vila Nhá-Nhá, onde desceu e pegou um táxi, sendo localizado na madrugada de quarta-feira (10) no Bairro Santa Emília escondido em uma residência. Ele ainda tentou fugir pelos fundos da casa, mas trocou tiros com os policiais civis e acabou baleado, falecendo em seguida.

 

Entenda o caso

Os dois policiais, lotados na Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos (Derf), investigavam o roubo de joias e, durante as diligências, chegaram à Willian Dias Duarte Cormolato, homem com passagens por tráfico de drogas e violência doméstica. O último crime fez com que ele fosse preso e algemado, já que possuía mandado em aberto.

De acordo com a Polícia Civil, Willian Cormolato acabou entregando como participante do crime um parente – segundo apurado pela reportagem, tio de sua esposa – chamado Ozeias de Morais, que foi encontrado em casa e levado, sem algemas e no banco de trás da viatura descaracterizada, um Fiat Mobi, para mais averiguações na delegacia.

O transporte sem algemas aconteceu, segundo a Polícia Civil, porque não tinham elementos para que Ozeias de Morais fosse algemado, diante das normas criadas pela Lei de Abuso de Autoridade. Ele também não teria sido revistado, o que deu a oportunidade para carregar uma arma escondida e, no caminho, a sacou e matar os investigadores.