Uma mulher de 53 anos foi pressa durante a Operação Araceli após ter sido condenada a sete anos em regime semiaberto por consentir com o estupro da filha, porém, o autor do estupro ainda aguarda em liberdade pelo julgamento. De acordo com o site Campo Grande News, a filha dela tinha apenas 5 anos de idade quando perdeu o pai e, um ano depois, a mãe se casou novamente com um servente de pedreiro, que começou a abusar da enteada.
Dos 6 aos 12 anos de idade, a menina foi molestada e, na adolescência, a violência piorou, quando a mãe descobriu o crime e, mesmo assim, consentiu com os abusos do padrasto. Ao descobrir que a enteada estava namorando, o homem se apoiou na religião da mulher para ter “autorização” para o estupro, jogou uma bíblia na mesa e afirmou que a partir daquele dia ficaria com a adolescente.
A jovem foi vítima do padrasto até os 16 anos, mas só conseguiu denunciar o crime, que viveu em 2014, quando já tinha 24 anos de idade. O caso passou por todo processo legal, primeiro de investigação na delegacia e mais tarde foi enviado à Justiça.
Em 2017 o autor e a mulher, com quem, não era mais casado, foram denunciados pelo MPE (Ministério Público Estadual). Por decisão judicial, o processo foi desmembrado e a mãe da vítima foi julgada pela omissão e consentimento com o crime e condenada a 7 anos de prisão no regime semiaberto.
A ação envolvendo o autor, no entanto, seguiu outro caminho e, por um tempo, o réu “desapareceu”, não foi encontrado pela Justiça e, por isso, o processo ficou suspenso. Anos depois foi reativado e a prisão preventiva do autor chegou a ser decretada, mas logo foi revogada.
Com a pandemia, as audiências do caso foram mais uma vez adiadas e, somado a isso, o suspeito se mudou de Campo Grande para Santa Catarina, o que tornou mais burocrático os procedimentos.
Agora, enquanto a mulher começa a cumprir sua pena, a família espera pela primeira audiência do processo do autor, que está prevista para acontecer no próximo mês, no dia 28 de junho.
Conforme apurado pela reportagem, a mulher foi presa por equipes da 7ª Delegacia de Polícia Civil no Jardim Santa Emília e levada para a unidade policial na terça-feira (18). Seu nome estava na lista dos mandados de prisão expedidos pela 7ª Vara Criminal de Campo Grande contra condenados por crimes praticados contra crianças e adolescentes, a maioria por abuso e exploração sexual.