O jornal A Folha de São Paulo trouxe, na edição desta quinta-feira (26), que a Polícia Civil do Estado de São Paulo suspeita, com base em interceptações telefônicas, que o PCC (Primeiro Comando da Capital) está planejando uma série de ataques a fóruns do Brasil em busca de armas guardadas pela Justiça. Nas conversas monitoradas, os criminosos falam de ordem dada por chefões do crime para a realização de levantamento de fóruns em todo o território nacional que possam ter estoques de “ferramentas” – gíria usada pelos marginais para denominar armas de fogo.
Segundo o relatório da Polícia, a orientação teria partido do Presídio de Presidente Venceslau, no interior do São Paulo, onde está presa a cúpula da facção criminosa, incluindo Marcos Camacho, o “Marcola”, apontado como o principal chefe do PCC. A orientação dada aos “subalternos” da facção criminosa é para que levantem informações sobre os prédios e endereços e, em seguida, enviem fotos desses locais para auxiliá-los em futuros ataques para o roubo de armas dos depósitos do Poder Judiciário em todo o Brasil.
Como o PCC está em guerra declarada desde 2016 contra outras facções criminosas, como o Comando Vermelho (CV), a Polícia acredita que o armamento eventualmente roubado venha a ser utilizado para equipar os “soldados” do grupo nos Estados. Um dos principais responsáveis pela cobrança do levantamento é Wanderson Pessoa Lima, o “Confusão”, que aparece nas ligações com comparsas de outros Estados.
“Expliquei pros parcero lá, bati no salvero, bati na geral da capital, geral da rua, expliquei pros parcero que o trampo dos fóruns é determinação, o barato tem que acontecer, tá ligado meu?”, disse “Confusão” em conversa com um homem não identificado de Roraima. Ele está preso desde o fim do ano passado em São Paulo, mas, mesmo assim, mantém em andamento o plano.
As investigações tiveram início após a apreensão de bilhetes que presos tentavam se livrar pela descarga sanitária durante revistas de agentes penitenciários. No meio da apuração, a Polícia começou a monitorar ligações telefônicas de criminosos, incluindo alguns deles em presídios com bloqueadores de sinais.
Uma das informações que mais chamaram a atenção dos policiais foi a apreensão de celulares de pessoas suspeitas de contabilizar as mortes ordenadas pela facção criminosa em diversos locais do País. Pela quantidade de imagens, milhares de fotos e vídeos, os delegados da Polícia Civil do Estado de São Paulo passaram a afirmar que o PCC realiza um verdadeiro genocídio no Brasil.