A falta de sintonia na campanha do juiz federal aposentado Odilon de Oliveira a governador pelo PDT está cada vez pior e, agora, pai e filho – Odilon Júnior – não se entendem, mesmo depois que o Juizão colocou o vereador e advogado como coordenador neste 2º turno.
Nesta segunda-feira (15), depois que ganhou projeção estadual o fato de “Odilonzinho” visitar o ex-governador André Puccinelli na cadeia dia 8 de outubro, ou seja, antes de o MDB anunciar o apoio ao PDT neste 2º turno do pleito, o juiz federal aposentado Odilon de Oliveira (PDT) disse que o filho tina visitado o velho cacique em razão da vida acadêmica em comum.
Porém, o próprio vereador negou e disse ambos tiveram apenas relacionamento “por conta da profissão” e livros assinados pelo filho do ex-governador, André Puccinelli Júnior.
Dois dias depois da visita, o MDB anunciou apoio à candidatura de Odilon de Oliveira, que no primeiro turno fez diversas críticas ao partido do ex-governador, classificando como quadrilha. Entretanto, agora mudou o discurso e minimiza as críticas, dizendo que só a Justiça pode julgar André Puccinelli.
Embora Puccinelli esteja preso desde julho, é a primeira visita que se tem notícia e ocorreu coincidentemente logo após o 2º turno, quando Odilon Junior substituiu João Leite Schmidt na coordenação de campanha do pai.
A vida acadêmica comum a ambos foi citada por Odilon para justificar a visita, classificada pelo juiz aposentado como “absolutamente normal”, que seu filho fez ao ex-governador e presidente regional do MDB na cela 17 do Centro de Triagem, antes de os emedebistas anunciarem o embarque na campanha do PDT ao governo no segundo turno.
Indagado sobre os motivos da visita, o coordenador da campanha de Odilon alegou, também, ter ido ao local como advogado, a fim de prestar consultoria a Puccinelli – preso desde 20 de julho em decorrência de investigações da Operação Papiros de Lama, desdobramento da Lama Asfáltica.
O histórico acadêmico dos dois filhos dos políticos confirma que dificilmente poderiam ser colegas de formação acadêmica. Odilon Junior se formou em 2006 na Uniderp, sete anos depois de o filho do ex-governador se graduar pela UCDB. Quando Odilonzinho estava prestes a concluir a faculdade, Puccinelli Júnior concluía mestrado pela USP, em 2005.
Odilon Junior negou também que tenha sido aluno de Puccinelli Junior. “Ele não foi meu professor. Tive relacionamento com ele por conta da profissão. Conheço ele (Puccinelli Junior) há bastante tempo, li livros dele. O conhecimento vem dessa época”, disse. “Somos colegas de trabalho”, emendou.
A visita
A visita de Odilon Junior a Puccinelli ocorreu em 8 de outubro, um dia depois do primeiro turno das eleições, sendo registrada em ata da unidade prisional. O documento, que controla a entrada e saída de visitantes, apontou a entrada do coordenador da campanha do PDT no local às 11h37.
“Fui visitar a pedido dele (Puccinelli) na condição de advogado, para dar orientação sobre o caso dele”, declarou Odilon de Oliveira Junior. “Foi a convite para dar um parecer”, emendou, não detalhando o conteúdo de sua avaliação por conta do sigilo profissional. O também advogado Luís Pedro Guimarães, que atua em favor do ex-governador em algumas causas, chegou ao local no mesmo horário, o que foi tratado por ambos como coincidência.
André Puccinelli é o presidente regional do MDB. Depois de sua prisão, o cargo passou a ser exercido interinamente pelo senador Waldemir Moka. Na quarta-feira seguinte à visita, o MDB realizou ato em seu diretório para anunciar o apoio a Odilon no segundo turno, que será disputado contra o governador Reinaldo Azambuja (PSDB).
E agora? Quem fala a verdade e quem mente nessa história?