Líderes do PCC guardam pen drives com nomes e endereços de servidores ameaçados

Brasil, Junqueirópolis, SP, 14/05/2006. Rebelião na Penitenciária de Junqueirópolis, em São Paulo, neste domingo (14). Os guardas da muralha dispararam para evitar uma possível fuga dos rebelados. O motim começou às 7 horas de hoje, quando familiares entravam para a visita. Os rebelados subiram no telhado e prenderam faixas na caixa d´água, com os dizeres: "PCC, paz, justiça e liberdade" e "Contra a Opressão". - Crédito:ALEX SILVA/ESTADÃO CONTEÚDO/AE/Código imagem:167676

O jornalista Josmar Jozino publicou, em sua coluna de ontem (13) no portal UOL, que líderes da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) guardam pen drives com lista de aproximadamente dois mil nomes e endereços de servidores públicos ameaçados pela facção em todo o País.

 

Nos arquivos há nomes de juízes, promotores de Justiça, delegados das policiais Civil e Federal, além de policiais penais de vários Estados, muitos considerados inimigos mortais da facção. Conforme o jornalista, ao menos 11 servidores vêm sofrendo ameaças de morte nos últimos meses.

 

As ameaçadas e possíveis atentados seriam por conta da permanência da liderança da organização criminosa em presídios federais. Pen drives com o arquivo também estão escondidos em São Paulo e na Bolívia.

 

Ainda conforme o colunista, o PCC deu prazo até o dia 25 de janeiro de 2023 para que a liderança seja transferida de volta para presídios paulistas. Caso a facção não tenha o pedido atendido, os atentados aos servidores começarão no aniversário da capital paulista.

 

Inclusive, a facção criminosa teria adquirido drones para monitorar os alvos e comprado veículos blindados, fuzis, metralhadoras e até explosivos C4 com alto poder de destruição. Grande parte do armamento está escondido na região da grande São Paulo.

 

Em Mato Grosso do Sul, a investigação envolvendo o policial penal Eder William Ador, 41 anos, resultou na “Operação Bilhete”, deflagrada no dia 5 de setembro deste ano pelo Gaeco. Ao todo foram cumpridos dois mandados de prisão, cinco mandados de busca e apreensão e três mandados de medidas cautelares diversas à prisão em Campo Grande (MS).

 

O esquema envolvia também milicianos da organização criminosa presa durante a “Operação Omertà”, que revelou quadrilha chefiada pela família de Jamil Name, já falecido por complicações da Covid-19 quando estava preso. Mas, não foram divulgados detalhes sobre quais informações foram trocadas ao longo dos três anos de prisão da organização e nem dos recados enviados pelo PCC.

 

Na ocasião foi preso o policial penal Eder Ador e, conforme apurado pelos agentes do Gaeco, a função do servidor era repassar informações por meio de bilhetes de papéis e também fornecer aparelhos celulares. A partir disso, viabilizava a ordem para crimes como sequestros, furtos e, inclusive, operacionalização de homicídios, com planos descobertos até para assassinato de outros policiais penais.

 

Segundo o Gaeco, ele atuava no Presídio da Gameleira I, mas de acordo com a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), em maio deste ano, o servidor foi transferido para outra o IPCG (Instituto Penal de Campo Grande). O despachante Lucas Silva Costa, 30 anos, também chegou a ser preso junto com o policial penal. O rapaz já havia sido alvo da operação Omertà e era apontado como “cobrador” do esquema de agiotagem chefiado pela família Name.