A seção de investigação de crimes da Polícia do Paraguai informou ontem (03) que o líder da facção criminosa brasileira PCC (Primeiro Comando da Capital), Rone Peres Barbosa, será transferido da penitenciária de Pedro Juan Caballero para o Presídio de Tacumbú, em Assunção, capital paraguaia, depois que foi descoberto um túnel para a fuga dele.
Rone Peres Barbosa, membro da poderosa organização criminosa brasileira PCC, foi preso em 4 de abril de 2016 no Bairro Mariscal Estigarribia, em Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia que faz fronteira com Ponta Porã (MS). Na época, o perigoso criminoso estava a bordo de uma caminhonete blindada e, dentro dela, os policiais encontraram vários coletes à prova de balas, telefones celulares e armas de fogo de grosso calibre.
Depois de constatar que tinha contra ele no Brasil um mandado de prisão expedido pela Justiça de Porto Alegre (RS) pela acusação de tráfico de drogas, ele foi levado para a Penitenciária de Tacumbú e foi iniciado o processo de extradição do Paraguai para o Brasil. No entanto, Rone Barbosa voltou para a penitenciária regional de Pedro Juan Caballero, mesmo com o juiz Lici Sánchez autorizando sua extradição em dezembro de 2016.
Passados quase dois anos dessa decisão judicial, estranhamente, o procedimento de extradição ainda não foi realizado. O caso só feito à tona depois que foram presos três paraguaios e um brasileiro cavando um túnel de uma residência até o presídio para que o perigoso traficante brasileiro conseguisse fugir.
Na oportunidade, foram presos dentro do túnel os paraguaios Oscar Bordon, Nicolas Cano e Pedro Anastasio Gauto, enquanto o brasileiro Alexander Leguizamón, que os contratou, estava em um outro imóvel. Os quatro estão presos na sede da Polícia de Investigação de Crimes em Pedro Juan Caballero e estima-se que nos próximos dias eles serão transferidos para a penitenciária regional da cidade.
Rone Peres Barbosa foi preso em 4 de abril de 2016, em Pedro Juan Caballero, em uma operação da Senad (Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai). Inicialmente, ele disse que se chamava Bonifácio Peres Barbosa, embora sua verdadeira identidade tenha sido comprovada mais tarde. O brasileiro foi investigado pelo primeiro ataque contra o então chefão da fronteira Jorge Rafaat Toumani, que ocorreu em 7 de março de 2016.
Seu advogado é Juan Carlos Quiñónez Díaz, o mesmo que ajudou o assassino brasileiro Sérgio Lima dos Santos, que operava a metralhadora .50 com a qual finalmente eliminaram Rafaat na tarde de 15 de junho de 2016. Quinonez também havia defendido os interesses do traficante brasileiro Jarvis Chimenes Pavão.